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eToro: "Toda a gente devia investir no mercado de capitais"

Este artigo tem mais de 2 anos

Yoni Assia tem 40 anos. Fundou a eToro, uma plataforma de negociação de ativos financeiros que disparou também com o crescimento dos investidores particulares durante a pandemia.

Yoni Assia é co-fundador e CEO da plataforma eToro.
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Yoni Assia é co-fundador e CEO da plataforma eToro.

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

Yoni Assia é co-fundador e CEO da plataforma eToro.

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

A eToro, plataforma de negociação nos mercados de capitais, disparou as transações na sua aplicação durante a pandemia, tal como aconteceu com as suas concorrentes como a Robinhood. O seu fundador, Yoni Assia, aos 40 anos, não tem dúvidas de que este boom de investidores de retalho (particulares) é um movimento imparável. “O génio saiu da lâmpada”, metaforiza numa conversa com o Observador, à margem da Web Summit, onde falou precisamente sobre investimentos sociais.

“Nos últimos 18 anos tivemos um crescimento enorme, crescemos dos 11 milhões de utilizadores registados para 23 milhões. E muito foi impulsionado pelo que andamos a fazer nos últimos 10/15 anos, que é a combinação das redes sociais com a plataforma de negociação”, explica o fundador da eToro.

Yoni Assia começou a investir aos 13 anos. Continua a fazê-lo e assume-se adepto da bitcoin. Mas não só. “Acredito verdadeiramente que toda a gente devia investir nos mercados”, atira, falando da ambição de dar a oportunidade de levar milhões de pessoas a descobrir o mercado de capitais e a investir. “Uma parte disso é a educação financeira e perceber que nos mercados há, por definição, riscos”.

A eToro tem atualmente 23 milhões de utilizadores registados na plataforma que transaciona ações, criptomoedas, matérias-primas, moedas, etc. Ao mesmo tempo funciona como uma rede social já que permite aos utilizadores trocarem ideias sobre investimentos e até seguirem carteiras de alguns dos investidores. O copy trader permite consultar os investimentos de outros utilizadores. Com base nesta funcionalidade foi criado o programa dos popular investors.

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Yoni Assia garante que existem regras para os designados popular investors — que são hoje cerca de 2000, havendo alguns portugueses –, que recebem remuneração por essa “função”, com base nos ativos que estejam a ser copiados. “Há histórias fantásticas de pessoas que consistentemente conseguem retornos de dois dígitos”, enfatiza o empreendedor, garantindo que há alguns investidores que são seguidos mesmo quando apresentam perdas em algumas transações.

Jay, por exemplo, é o investidor mais copiado — são 150 milhões de dólares investidos nas suas “cópias” por cerca de 30 mil utilizadores. Yoni Assia garante que ao longo dos últimos sete ou oito anos tem garantido retornos para si e para os seus seguidores. “Mas teve um mau ano e continuou a ser seguido”, assegura.

O programa do investidor popular é gerido por um dos administradores da eToro e há regras, nomeadamente o nível de risco. Não pode ter um perfil de risco muito elevado. “Se o objetivo for ser um investidor popular, e ter um elevado número de pessoas a seguir-te, exigimos que tenhas um perfil de risco baixo. E se aumentares o nível de risco a nossa equipa pede que o baixes sob pena de te retirarmos do programa. Se as pessoas não seguirem as diretrizes são retiradas do programa”. Yoni Assia admite que não aconteceu muitas vezes.

O empreendedor israelita acredita que também por aqui se pode ensinar sobre investimento, lembrando haver sempre a possibilidade de os investidores fixarem um limite para as perdas (é o chamado stop loss). “É uma importante parte de permitir a nossa visão de abrir os mercados a toda a gente para investir e negociar. Acredito verdadeiramente que toda a gente, toda a gente devia investir”, reforça, assumindo que “se quiseres que o dinheiro tenha retorno ao longo do tempo, tens de assumir algum risco. Tens de aprender a gerir o risco. Se estiveres à procura de retornos mais elevados, tal significa que vais ter de assumir maiores riscos”.

Negociações sem comissões são um risco?

A eToro diz não ter, até um certo limite de negociação, comissões para a transação de ações. Para Yoni Assia, comissões zero não significam mais risco. “Não acredito que gerem mais risco”. Este serviço está disponível até determinado montante de investimento e para ações ou frações de ações. Neste último caso permite-se investir abaixo do valor de uma ação já que se investe numa parcela, o que pode levar a mais investidores estarem expostos à Apple ou à Alphabet, empresas cujo valor de cada ação está, respetivamente, nos 150 dólares e perto dos 3.000 dólares. “Cada pessoa no mundo que tem um telemóvel da Apple devia ter, pelo menos, 50 dólares em parcelas da ação da empresa”, realça.

As comissões zero podem trazer mais gente ao mercado de capitais, mas a eToro assume que não põe em risco o seu modelo de negócios, já que este está baseado, diz o seu fundador, na negociação de vários ativos — e não só em ações. Por outro lado, a fintech está a lançar-se noutros serviços. Yoni Assia mostra o seu cartão de crédito da eToro — que ainda não está disponível em Portugal, existindo apenas no Reino Unido. “Estou entusiasmado com o nosso caminho de dar mais serviços financeiros aos nossos clientes”, realça ao Observador, explicando que a eToro quer possibilitar que os clientes invistam o seu dinheiro na plataforma e o gastem diretamente através da conta de investimento aberta.

Yoni Assia na Web Summit, onde falou com o Observador

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

A análise ao mercado de capitais

Yoni Assia assume-se investidor, não tem seguidores, mas segue cerca de 90 popular investors. “O ‘compliance’ recomenda-me que não haja pessoas a seguir os meus investimentos. Se perder dinheiro não tenho queixas”, ainda assim assume que tem tido um desempenho, como investidor, “muito, muito bom”.

Não esconde que “foi mordido pelo bichinho da bitcoin”, diz ao Observador ostentando uma t-shirt onde se lê I love stocks [eu amo ações].

Na análise que faz ao momento atual do mercado, com ações em máximos e as criptomoedas a atingir também valores relevantes, fala. num “momento único” em particular pelas taxas de juro a zeros ou negativas. “É como estar a ver um jogo de futebol num mundo sem gravidade. Os mercados financeiros estão atualmente num mundo sem gravidade”. Mas também tem a ver, acrescenta, com a impressão de massa monetária e com o valor do dinheiro. E de repente, quando tudo isto se junta, e surge a bitcoin “fora do sistema”.

“As pessoas falam disto nas redes sociais”. Um outro tema do momento são os NFT (ativos não tangíveis, virtuais). “Vamos ver todo o mundo da are a mudar-se para os NFT”. Mas mais do que os NFT Yoni Assia acredita que a blockchain (um sistema de registo das transações digitais) é uma criação tão grande como foi a da web ou mesmo maior.

Como defensor — e investidor — das criptomoedas, o empreendedor acredita que bitcoin é liberdade. Na Web Summit não foi o único a associar os dois conceitos, argumento que “a bitcoin não pode ser regulada”, mas podem regular-se empresas que ofereçam bitcoins ou então tornar ilegal a sua negociação como a China o fez. À semelhança do que os Estados Unidos fizeram com o ouro na década dos anos 30 do século passado. E hoje é um ativo refúgio e uma das principais reservas inclusive da Reserva Federal norte-americana.

“Vamos assistir a diferentes perspetivas por parte dos vários países em relação às criptomoedas”, realça, mas, conclui, “penso que tem a ver com liberdade e com a participação livre no mercado de capitais. Queremos proteger os consumidores, mas eu quero estar num país que dê liberdade de participação nos mercados. Eu acredito na liberdade dos mercados, da mesma forma que acredito na liberdade de expressão”.

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