Os trabalhadores dos CTT estão esta sexta-feira em greve por melhores salários e condições de trabalho, causando constrangimentos nos serviços, segundo o sindicato, embora a empresa assegure que tudo está a funcionar normalmente.
O secretário-geral do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT), Vitor Narciso, disse à agência Lusa que durante a noite a adesão média à greve foi de 60%, tendo chegado aos 68% durante a manhã, o que “levou ao encerramento de alguns centros de distribuição e deixou muitas lojas a funcionar só com as chefias”.
Os CTT – Correios de Portugal divulgaram em comunicado que a greve “não teve impacto na atividade da empresa, tendo registado baixos níveis de adesão, na ordem dos 12%”.
Dada esta baixa adesão, já esperada, os CTT congratulam-se por todas as suas Lojas CTT estarem abertas e, também, nas suas áreas operacionais não se verificarem quaisquer constrangimentos, garantindo desta forma, a regular e normal atividade sem perturbação para os nossos clientes”, afirmou a empresa.
Segundo Vitor Narciso, o SNRCT tem poucos dados sobre a adesão à greve durante a tarde em termos nacionais, porque os dirigentes e ativistas sindicais estão a participar na manifestação de protesto que está a decorrer junto ao Ministério das Finanças, em Lisboa.
O sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT) e Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), que convocaram a greve, acusam a administração da empresa de estar a destruir os CTT e prometeram lutar contra a deterioração do serviço postal, pelo aumento dos postos de trabalho, “fundamental para prestar um serviço de qualidade”, pelo aumento dos salários e pela manutenção dos direitos.
Além dos “salários justos e dignos” e da “admissão de trabalhadores efetivos”, a paralisação tem também como objetivo reclamar a “alteração do modelo organizacional em todos os setores da empresa”.
A Fectrans reivindica ainda um “serviço postal com qualidade, assegurado pelo estado português” e, por isso, a renacionalização urgente dos CTT.
Os CTT consideram, na nota de empresa emitida, que esta paralisação é “motivada exclusivamente por razões políticas e, está condenada a ter o mesmo sucesso que teve a última greve geral dos CTT com uma resposta de grande responsabilidade por parte da generalidade dos trabalhadores e, consequentemente, um nível de adesão muito baixo”.
Os trabalhadores dos CTT fizeram uma greve há um ano em defesa de aumentos salariais e do reforço do pessoal para o serviço postal, distribuição e chefes de estação.
Os CTT empregavam, em dezembro de 2020, 12.234 pessoas, das quais 11.671 em Portugal, país onde opera com 2.384 Pontos CTT e cerca de 5.000 agentes Payshop.
Em 2020 os CTT obtiveram rendimentos operacionais de 745,2 milhões de euros e um resultado líquido de 16,7 milhões de euros. Nesse mesmo ano, os CTT transportaram 516,9 milhões de objetos de correio endereçado, 25,9 milhões de encomendas expresso em Portugal e 24,9 milhões em Espanha.