A dias de serem conhecidas as novas medidas para conter a pandemia em Portugal, Luís Marques Mendes acredita que está a gerar-se uma “enorme”, e injustificada, histeria. E a culpa é do Governo, diz o antigo líder do PSD: “É o Governo a fazer uma grande encenação para dramatizar a situação”.

No seu habitual espaço de comentário na SIC, este domingo à noite, Marques Mendes criticou o suspense que rodeia as medidas que devem ser conhecidas esta quinta-feira, depois do Conselho de Ministros: “São duas semanas de grande especulação. Até parece que vamos decidir algum confinamento, algum fecho de escolas… felizmente não vai haver nada disso”.

O comentador social-democrata baseava-se nas opiniões transmitidas pelos especialistas na reunião do Infarmed da passada sexta-feira, onde se ouviram vozes a favor do reforço do uso das máscaras ou do uso do certificado e dos testes, mas não de restrições de circulação, por exemplo. “Não vai haver nenhum confinamento geral nem parcial. Provavelmente, haverá um reforço do uso de máscaras, testagem, por exemplo fazer autotestes duas vezes por semana sobretudo no período de Natal, reforço do controlo de fronteiras”, exemplificou.

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No entanto, para Marques Mendes, e apesar de haver “motivos para cautela”, o Governo pode estar a aproveitar a situação para “desviar a atenção” dos problemas no processo de reforço da vacinação ou tirar proveito da gestão da pandemia para fins eleitorais. Ainda sobre a pandemia, o comentador criticou a “confusão enorme” que é criada pelas mudanças que vão sendo anunciadas “a conta gotas” na população elegível para ser vacinada contra a Covid-19, neste caso com a terceira dose. “Não há organização que resista a estas mudanças permanentes da DGS”.

Ainda sobre o Governo, Marques Mendes voltou à carga nas críticas duras a propósito da Operação Miríade, agora com base nas declarações do ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, no Parlamento. Sobre a “história mal contada”, considerou que há “mentiras” pelo meio e que está a ser “pior a emenda que o soneto”.

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“Se o caso durar mais uma semana ainda haverá uma terceira ou quarta versão”, ironizou, acusando o Governo de tentar encontrar “desculpas esfarrapadas” para o facto de Cravinho não ter comunicado o roubo de diamantes por militares ao primeiro-ministro e ao Presidente da República.

Ventura respeita decisão do deputado regional nos Açores, mas tem “pouca esperança” em acordo com PSD

Depois de uma análise breve às eleições diretas do PSD, em que notou a passagem de apoios de figuras de referência de Rui Rio para Paulo Rangel ou pelo menos a opção destas pela neutralidade (casos de Francisco Pinto Balsemão, Manuela Ferreira Leite ou Nuno Morais Sarmento, vice de Rio), o antigo líder do PSD criticou André Ventura por se comportar como “uma barata tonta completa” na gestão do dossiê dos Açores, dizendo “não acreditar” que o Governo liderado pelo PSD acabe por cair às mãos do Chega. “Parece um dirigente estudantil que amuou”, resumiu.