A denunciante de práticas pouco éticas do Facebook está a receber ajuda financeira e legal do fundador do eBay e de um grupo de advogados.

Frances Haugen divulgou, em setembro, vários documentos que demonstravam que o Facebook estava a par dos danos que a rede social causava na saúde mental dos seus utilizadores, mas escolheu não alterar o seu funcionamento, de forma a não afetar os lucros da empresa.

A delatora conta agora com o apoio económico de Pierre Omidyar, fundador do eBay (cuja fortuna pessoal está avaliada em cerca de 18.900 milhões de euros) , noticia o El País. Esta ajuda permitiu a Frances poder estar presente e discursar perante o Parlamento Europeu no dia 8 de novembro, e discursar na Web Summit, que decorreu em Portugal, no dia 1 de novembro, onde apelou à alteração dos regulamentos referentes aos colossos tecnológicos.

A organização Whistleblower Aid, que proporciona apoio legal a delatores, garantiu, também, que vai apoiar a ex-funcionária do Facebook na sua causa.

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Entre os documentos revelados na investigação do Wall Street Journal, existem relatórios que apontam para o conhecimento dos efeitos nocivos da rede social para a saúde mental dos utilizadores, nomeadamente nos adolescentes. A empresa admite mesmo a sua responsabilidade no declínio da saúde mental de raparigas adolescentes em um slide de uma apresentação interna da empresa em 2019: “Nós criamos problemas relacionados com a imagem [que as adolescentes] têm do próprio corpo a uma em cada três raparigas”.

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Apesar das acusações da sua ex-funcionária, o antigo Grupo Facebook (agora rebatizado de Meta) nega o impacto que a sua tecnologia tem na saúde mental dos utilizadores.

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