As autoridades de saúde portuguesas estão a fazer testes à Covid-19 a todos os 262 passageiros de um voo oriundo de Maputo, em Moçambique, que aterrou ao final da tarde no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.
“Às 18:41 aterrou um avião proveniente de Maputo que traz 262 passageiros. O que está a acontecer é uma operação conjunta. O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) está a garantir do ponto de vista técnico a realização de testes a todos os passageiros”, disse aos jornalistas Bruno Borges, do INEM.
Além do INEM, esta operação envolve o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e a PSP.
O mesmo responsável esclareceu que esta operação está a ser realizada na sequência da decisão do Governo que “prevê que todos os passageiros façam à entrada em território nacional um teste antigénio ou um teste PCR, no sentido de garantir que todas as pessoas que entram em território nacional não estão com a doença face a esta nova variante que temos que é muito agressiva”.
“As pessoas têm que fazer um teste e depois têm que cumprir 14 dias de isolamento profilático. Estão a ser notificadas pelo SEF nesse sentido e assim que foram acabadas as colheitas a todos os passageiros, os testes serão entregues no Instituto Ricardo Jorge”, disse Bruno Borges.
Às 19:20 já tinha sido feita a recolha de amostra biológica para os testes de 10 passageiros.
O responsável referiu ainda que os resultados dos testes não vão ser conhecidos hoje.
“Os residentes em território nacional vão garantir o seu isolamento profilático no domicílio. Quem não tiver alojamento, será acompanhado e as autoridades de saúde determinarão o local onde será feito esse isolamento”, acrescentou Bruno Borges.
De acordo com uma nota do MAI, divulgada na sexta-feira, “a partir das 00:00 deste sábado, 27 de novembro, todos os passageiros de voos oriundos de Moçambique (assim como da África do Sul, Botsuana, Essuatíni, Lesoto, Namíbia e Zimbabué) ficam obrigados a cumprir uma quarentena de 14 dias após a entrada em Portugal continental, no domicílio ou em local indicado pelas autoridades de saúde”.
O MAI especifica ainda que a obrigatoriedade de quarentena de 14 dias é extensível “aos cidadãos que entrem em território nacional que tenham saído de algum daqueles sete países nos 14 dias anteriores à sua chegada a Portugal”.
“Estas medidas restritivas visam prevenir a disseminação da nova variante do vírus SARS-CoV-2”, justifica o governo.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.405 pessoas e foram contabilizados 1.139.810 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
Uma nova variante (Ómicron) foi recentemente detetada na África do Sul e, segundo a Organização Mundial da Saúde, o “elevado número de mutações” pode implicar uma maior infecciosidade.