O presidente do banco central norte-americano, Jerome Powell, considerou esta terça-feira que chegou o momento de deixar de falar de uma inflação temporária nos Estados Unidos.

Após ter repetido durante meses que o aumento dos preços não deveria prolongar-se e que se devia a fatores transitórios ligados à retoma, Powell considerou perante a comissão de Assuntos Bancários do Senado que “chegou provavelmente o momento de deixar de utilizar essa palavra” e que “os riscos de uma inflação mais persistente aumentaram”.

O aumento de preços nos Estados Unidos é o mais alto em 31 anos e a inflação anual acelerou em outubro para 5%, segundo o índice PCE do Departamento do Comércio, no qual a Fed se baseia habitualmente.

Esse nível de inflação pode justificar acelerar o ritmo da redução de compra de ativos, reconheceu o líder do banco central.

Nesta altura, a economia está muito forte e as pressões inflacionistas são elevadas e, portanto, é apropriado, na minha opinião, considerar concluir alguns meses antes (do que o previsto) a redução das nossas compras de ativos”, afirmou.

Powell disse também que o aumento de casos de covid-19 e a nova variante do coronavírus podem abrandar os progressos alcançados no emprego e no crescimento económico, além de acrescentarem maior “incerteza” à inflação.

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A Fed vai realizar a sua última reunião de política monetária deste ano nos dias 14 e 15 de dezembro, apresentando na ocasião novas previsões macroeconómicas.

Nesse momento “teremos dados mais amplos e saberemos mais sobre a nova variante”, sublinhou.

Em setembro, foi avançada uma previsão de crescimento económico de 5,9% e de uma inflação de 4,2% no final de 2021.