Quando falamos da Koenigsegg, falamos necessariamente de inovação, pois não foi de ânimo leve que o pequeno construtor sueco de hiperdesportivos conquistou o respeito do mercado e dos seus pares – mesmo aqueles que têm por detrás enormes grupos e investimentos em pesquisa e desenvolvimento a condizer. Não é esse o caso da marca fundada e liderada por Christian von Koenigsegg, o homem que em criança desmontava torradeiras e videogravadores, só para ver se podia melhorá-los… Foi essa curiosidade e uma tenaz vontade de fazer evoluir a tecnologia que catapultaram a Koenigsegg para os píncaros da supremacia técnica, conquistando até os clientes mais exigentes.
Christian cresceu com o sonho de fazer o hiperdesportivo perfeito, mas essa obra parece não ter fim. Depois do Koenigsegg CC, do Agera, do One:1, do Regera e do Jesko – descontando as derivações -, o próximo da lista será o Gemera, o primeiro híbrido plug-in (PHEV) da marca. E, mais uma vez, as novidades tecnológicas prometem voltar a cunhar de superioridade esta nova criação. A começar pelo “David”, o mais compacto, leve e potente inversor eléctrico no mercado, cujo nome evoca o relato bíblico que opõe fracos e fortes, David e Golias, sendo que o desfecho da batalha contraria todas as expectativas.
Assim é o “David” da Koenigsegg, um inversor que por ser pequeno e leve, à partida, seria fraco. Longe disso! Integralmente desenvolvido pelo fabricante sueco, com algoritmos e software criados in-house e actualizáveis remotamente (over-the-air, OTA), estamos perante um inversor de carboneto de silício de seis fases, destinado a ser aplicado numa dupla configuração (um em cada motor eléctrico, o que perfaz 12 fases). São 15 kg num volume de apenas 10 litros por unidade, capaz de fazer funcionar os dois motores ligados às rodas traseiras, de forma independente, ou, em alternativa, o motor eléctrico acoplado ao motor de combustão, com estes dois a fornecerem até 1020 cv (750 kW).
O modelo que vai usufruir do mais pequeno, mais leve e mais potente inversor eléctrico no mercado é o Gemera, um hiperdesportivo que concentra uma série de estreias. Será a primeira proposta do construtor sueco capaz de acomodar quatro ocupantes, o primeiro PHEV da Koenigsegg e também o primeiro a oferecer tracção integral.
O motor de combustão – carinhosamente apelidado de Tiny Friendly Giant, no vídeo acima – é um tricilíndrico a gasolina com válvulas de accionamento pneumático (ao invés de árvores de cames), a debitar 600 cv e 600 Nm, ao qual está acoplada a já mencionada unidade eléctrica de 406 cv e 500 Nm, ambos instalados em posição central traseira. Esta dupla acciona as rodas da frente, enquanto no eixo traseiro actuam dois motores eléctricos de 507 cv e 1000 Nm (cada). A bateria que os alimenta tem 16,6 kWh de capacidade bruta e está integrada num sistema a 800V.
Este compêndio de tecnologia, de que serão produzidas apenas 300 unidades, debita 1724 cv, faz 1000 km em modo híbrido e outros 50 km em modo eléctrico, indo de 0 a 100-km/h em 1,9 segundos, para depois atingir a fasquia de 400 km/h de velocidade máxima. Cada exemplar, antes de impostos, custa à volta de 1 milhão de euros.