O cidadão alemão suspeito do desaparecimento da menina inglesa Maddie McCann, no Algarve, será julgado em 2022 na Alemanha pela violação de uma mulher de 20 anos cometido em Portugal, anuncia esta sexta-feira o semanário Spiegel.

Segundo a mesma fonte, a Procuradoria de Braunschweig (no centro do país) deverá acusar o suspeito, Christian Brücker, da violação de uma alemã de 20 anos ocorrida em Portugal em 2004, três anos antes do desaparecimento da criança inglesa Madeleine McCann, de três anos, num aldeamento turístico da Praia da Luz, em Lagos, Portugal.

O Spiegel acrescenta que o caso da jovem alemã de 20 apresenta semelhanças com a violação, em 2005, de uma cidadã norte-americana de 72 anos na Praia da Luz, no Algarve, crime pelo qual Christian Brücker já foi condenado a sete anos de prisão na Alemanha.

Em ambos os casos, as vítimas foram ameaçadas com uma faca de 30 centímetros, refere o jornal, acrescentando que a jovem alemã não podia ver o rosto de seu agressor, pois ele usava um gorro tipo balaclava (vulgarmente conhecido por “passa-montanhas”).

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Brückner está a cumprir atualmente uma outra pena de prisão por uma condenação por tráfico de drogas e não foi ainda formalmente acusado pelo sequestro e assassínio de Madeleine McCann, embora seja o principal suspeito dos investigadores alemães no caso da menina inglesa.

Em junho de 2020, a procuradoria de Braunschweig abriu um processo contra Brückner, de 44 anos, com base em “provas materiais”, mas um ano depois a acusação ainda não se concretizou.

Maddie desapareceu do apartamento turístico que a sua família alugou na Praia da Luz, no Algarve, na noite de 3 de maio de 2007, quando tinha 3 anos, retirada do quarto onde dormia com mais dois irmãos.

O desaparecimento da menina fez correr muita tinta em Portugal e no mundo e entre os vários suspeitos apontados chegaram a constar os próprios pais.

Até hoje é desconhecido o que aconteceu à menina britânica, num caso que levou a um processo por parte dos pais contra o inspetor da Polícia Judiciária que conduziu a investigação e que escreveu um livro polémico em que os progenitores apareciam como principais suspeitos.

Anos mais tarde, um procurador alemão afirma ter recolhido provas da alegada participação de Brücker no desaparecimento da criança, chegando mesmo a ter sido anunciado que uma análise ao seu telemóvel o dava na altura nas proximidades do aldeamento turístico de onde Maddie desapareceu.