A Direção Geral da Saúde garante que as autoridades de saúde em Portugal ainda não decidiram os dias de encerramento dos Centros de Vacinação na quadra festiva do Natal e da passagem de ano.

Em mensagem enviada ao Observador, a menos de 48 horas do dia 23 de dezembro, a DGS refere apenas que “ainda estão para decisão os dias de encerramento dos Centros de Vacinação durante a quadra festiva” e que estes “serão oportunamente comunicados”.

A garantia é dada depois do presidente da Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar, Diogo Urjais, ter dito à Rádio Observador que “está previsto que os Centros de Vacinação contra a Covid-19 fechem de 23 a 26 de dezembro”, ainda que “alguns” planeiem “manter a atividade no dia 23”.

Através das redes sociais, porém, a Câmara Municipal de Cascais também já comunicara oficialmente que “os Centros de Vacinação do Estoril e S. Domingos de Rana vão estar encerrados de 23 a 26 de dezembro”. A autarquia refere ainda que o encerramento deve-se a “indicações das autoridades de saúde”.

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Esta terça-feira, o jornal Inevitável noticiava que “há centros de vacinação a fechar oito e nove dias no Natal e no Ano Novo” e que o ritmo de vacinação contra a Covid-19 vai “abrandar até ao final do ano”. Eram ainda dados exemplos de centros de vacinação que vão estar fechados entre esta quinta-feira, dia 23, e domingo, dia 26 (inclusive), e que estarão fechados mais “quatro dias” na “próxima semana”: os centros de vacinação de Cascais e de Monte Abraão.

No último “relatório de vacinação diário” divulgado pela DGS esta segunda-feira, as autoridades de saúde portuguesas avançavam que mais de 8.6 milhões de pessoas têm vacinação completa no país (mais concretamente, 8 651 327).

Até ao momento foram ainda administradas 2.3 milhões de doses de reforço (2 325 024). Há duas semanas, cerca de 90% da população elegível já tinha recebido a dose de reforço em Portugal.

Esta população elegível para receber uma dose adicional de vacinas contra a Covid-19 representa cerca de 13% da totalidade da população portuguesa. Uma percentagem consideravelmente inferior à de países como França e Reino Unido ,que, com uma estratégia de vacinação distinta, decidiram ampliar e estender a população elegível para receber a dose de reforço.

Um alerta: “Não vacinámos ainda grupos prioritários com 3ª dose”

À Rádio Observador, Rui Nogueira, médico do Centro de Saúde Norton de Matos em Coimbra, relatou que para o centro de vacinação de Coimbra a informação passada pelas autoridades de saúde é que o centro estará encerrado “nos próximos dias festivos: sexta, sábado e domingo”, ou seja, durante pelo menos três dias. E “depois o correspondente no final do ano: sexta, sábado e domingo”, outros três.

Perante esta emergência de saúde pública que estamos a atravessar, não é de desvalorizar o facto de termos uma taxa de vacinação muito elevada. A verdade é que não vacinámos ainda grupos de risco prioritários com a terceira dose. E portanto, na minha maneira de ver, perante a emergência que estamos a viver e perante o mês de janeiro que vamos ter — complicadíssimo —, julgo que devíamos apostar mais na vacinação“, afirmou.

O clínico disse ainda discordar da estratégia de “abrandar a vacinação” nesta fase do ano, “mesmo tendo em conta aquilo que é o Natal e a passagem de resto”. E deixou uma crítica: “Estamos a vacinar muito lentamente. No verão vacinámos à ordem de 120 mil pessoas por dia, agora estamos a vacinar 60 mil e até menos. Estamos a menos de metade do que já fizemos”.

Embora no verão houvesse “urgência em vacinar”, agora também há na administração da dose de reforço, considera o médico. “Temos de encontrar disponibilidade e tempo e ajudar as pessoas a fazer a vacina da terceira dose, porque é de facto a única medida que temos até agora que está a resultar razoavelmente”, acrescentou.

Artigo atualizado às 12h02