O emir do Dubai foi condenado a pagar à ex-mulher, a princesa Haya, e aos dois filhos de ambos um valor superior a 600 milhões de euros. Trata-se do mais alto valor alguma vez atribuído por um tribunal britânico no âmbito de um processo de divórcio, noticia a BBC.

Uma parte desse valor servirá para pagar medidas de segurança apertadas, que incluem o uso de veículos blindados. O juiz Moor, que assinou a sentença, confirmou a necessidade de criar condições de segurança para Haya e para as crianças no Reino Unido porque, afirma, o emir do Dubai é a “principal ameaça” à princesa e aos filhos, segundo o The Guardian.

O emir é o primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos, um importante aliado da Grã Bretanha no Golfo, lembra o jornal.

A princesa Haya tem 47 anos e é irmã do rei Abdulah da Jordânia. Casou com o emir do Dubai em 2004 e, juntos, têm uma filha com 14 anos e um filho com 9 anos. Em 2019, a princesa fugiu com os dois filhos para Londres e pediu o divórcio do marido.

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Haya. Quem é a princesa que fugiu do Dubai e quer enfrentar o emir em tribunal?

Começou então um processo na justiça britânica, que já ultrapassa os 70 milhões de libras em custos, durante o qual os juízes concluíram três pontos que consideram relevantes para a sua decisão. Primeiro: que o emir orquestrou os raptos de duas das suas filhas (as princesas Latifa e Shamsa) e que submeteu Haya a uma campanha de intimidação. Segundo: que usou o programa de espionagem Pegasus para espiar a mulher, os advogados dela e outras pessoas a ela associadas. Terceiro: que agentes do emir tentaram comprar uma propriedade ao lado da princesa, representando uma ameaça à segurança de Haya.

Este acordo inclui milhões de libras para segurança e educação, que devem ser pagos à princesa até os filhos acabarem o ensino superior. Depois disso, o emir deverá pagar diretamente aos filhos. O juiz assegurou que os custos de segurança das crianças poderiam ser revisto no futuro, caso haja uma reconciliação com o pai ou este morra, mas nada ficou decidido, porque por enquanto o juiz diz que o risco é “claro e sempre presente”.

Citado pelo jornal britânico, um representante do emir disse: “Ele sempre garantiu o sustento dos filhos. O tribunal pronunciou-se agora sobre finanças e ele não tenciona fazer mais comentários”. E continua: “Ele pede que os media respeitem a privacidade dos seus filhos e não interfiram nas suas vidas no Reino Unido”.