O Hyundai Motor Group, que inclui a Hyundai e a Kia, anunciou o fim do desenvolvimento de novos motores de combustão, a gasolina ou a gasóleo, segundo o Business Korea. Esta é uma decisão com enormes implicações para o grupo que possui na Coreia do Sul um Centro de Investigação e Desenvolvimento (R&D) com mais de 12.000 técnicos.

Livre do investimento em motores de combustão, tanto em termos de tempo como de dinheiro, os técnicos podem agora dedicar-se aos veículos eléctricos a bateria, a nova aposta das marcas da casa. Vão igualmente reforçar o Centro de Desenvolvimento de Baterias, em Namyang, uma vez que esta é a “alma” do negócio a partir daqui.

Além de orientar o desenvolvimento para plataformas específicas para veículos eléctricos, software mais sofisticado, baterias com maior densidade energética, motores eléctricos menos “gulosos” e gestão de energia mais apurada para reduzir o consumo, o novo R&D vai igualmente ser obrigado a mostrar-se mais rápido e mais eficiente. Tudo porque, além dos eléctricos para a Hyundai, as mesmas bases, mecânicas, baterias e software vão também servir para a Kia e a Genesis, a marca de luxo do grupo.

Se o fim do desenvolvimento dos motores de combustão não foi uma novidade total, uma vez que construtores como a Mercedes já o tinham declarado anteriormente, o anúncio da “suspensão por tempo indeterminado do desenvolvimento dos veículos a fuel cells a hidrogénio da Genesis” apanhou o sector automóvel de surpresa. A revelação surgiu pela mão do Chosun Ilbo, um jornal de referência sul-coreano, que avançou que a Hyundai suspendeu o desenvolvimento da 3ª geração das células de combustível a hidrogénio, agendadas para 2025 e consideradas as mais avançadas para produzir energia a bordo dos veículos eléctricos do grupo, um passo em frente (30% mais compactas, 50% mais baratas e com uma longevidade três vezes superior) face à 2ª geração utilizada no Hyundai Nexo.

O abandono das células de combustível chega poucos meses depois da Hyundai anunciar que previa vender 80.000 veículos a hidrogénio em 2022 e 130.000 em 2025. Uma explicação possível para esta marcha-atrás do grupo sul-coreano poderá estar relacionada com a evolução das baterias como forma de armazenar a energia a bordo, em vez de a produzir à base de hidrogénio, como forma de alimentar os veículos eléctricos.

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