A Mercedes construiu o que se pode denominar como o primeiro automóvel, equipado com motor de combustão e, desde então, muito se tem evoluído. Tanto no que respeita aos veículos, como às motorizações. Daí que seja estranho, quase chocante – mas, ainda assim, sinal dos tempos – que o construtor, através da casa-mãe, a Daimler, tenha anunciado o fim do desenvolvimento de novos motores a combustão em Setembro de 2019, ou seja, ao fim de 134 anos.

Segundo a Auto Motor und Sport, o responsável pelo desenvolvimento de motores da Daimler, Markus Schäfer, afirmou que “não há, de momento, qualquer plano para prosseguir com o desenvolvimento de novos motores de combustão”, sejam eles a gasolina ou diesel. Isto vindo de quem foi o primeiro a utilizar.

Mas Shäfer esclareceu ainda que, apesar de a Daimler não pretender investir um euro em novos motores capazes de queimar combustíveis derivados de petróleo, não irá repartir essa verba (enorme) pelos accionistas. A ideia é continuar a investir, e até acelerar o investimento, em motores eléctricos, baterias e sistemas de gestão.

O sucesso no futuro, tal como acontecia até aqui, vai depender dos menores custos de utilização – logo, menos consumo – e maior autonomia, o grande problema que actualmente afecta os veículos alimentados por bateria. E isto apenas se pode resolver, do ponto de vista da Daimler, com fortes investimentos. Seja em desenvolvimento interno, seja através de aquisições e fusões. Em última instância, qualquer solução que garanta o acesso a uma tecnologia vencedora, ou seja, mais avançada.

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