Grupos anti-vacinação Covid-19 em França estão a ameaçar violentamente alguns deputados, denunciou, terça-feira, o primeiro-ministro francês, Jean Castex, designando os ataques como “inadmissíveis”.

Qualquer tipo de violência é inaceitável numa sociedade democrática. Mas tratando-se de depositários da autoridade pública, depositários dos sufrágio universal, o recurso à violência ameaça a democracia, o pacto republicano”, disse o primeiro-ministro na Assembleia Nacional.

As ameaças têm vindo a multiplicar-se nas últimas semanas contra os deputados da maioria, especialmente desde que o governo anunciou a transformação do passe sanitário em passe vacinal, limitando assim a vida das pessoas não vacinadas contra a Covid-19.

O deputado Pascal Bois, pertencente ao partido República em Marcha, do Presidente Emmanuel Macron, viu a sua garagem incendiada na semana passada e outros deputados têm publicado nas redes sociais as ameaças de morte diárias, pedindo que estas tenham duras consequências.

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Uma em cada três ameaças recebidas pelos deputados que têm sido favoráveis às restrições governamentais está ligada à crise sanitária, levando a deputada Aurore Bergé a pedir uma “frente comum” contra este tipo de violência, depois de ter apresentado queixa devido a uma montagem sua que circulava na rede social Twitter.

O presidente da Assembleia Nacional, Richard Ferrand, deverá reunir-se até ao fim do mês com o ministro do Interior, Gerald Darmanin, e com o ministro da Justiça, Éric Dupond-Moretti, de forma a enquadrar estes crimes contra os eleitos.

O número de agressões contra os eleitos a todos os níveis, incluindo vereadores e presidente da câmara, tem vindo a aumentar em França, com mais de 230 agressões registadas no primeiro semestre de 2020.