O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) não recomenda também menos tempo de isolamento para não vacinados antiCovid-19, mas admite-o para os inoculados, embora avisando que, quanto mais curto for este período, maior o “risco residual”.
“O ECDC está atualmente a rever as orientações de isolamento para casos de Covid-19 e a fazer uma análise mais especializada da literatura disponível sobre carga viral e alívio [do isolamento]. Para indivíduos não vacinados contra a Covid-19, não existem provas que permitam diminuir o período de isolamento”, considera a agência europeia, numa resposta escrita enviada à agência Lusa.
A posição surge depois de, na passada quarta-feira, a Direção-Geral da Saúde (DGS), em Portugal, ter atualizado as normas que reduzem o período de isolamento para as pessoas assintomáticas que testam positivo ao SARS-CoV-2 e têm doença ligeira bem como para os contactos de alto risco.
Explicador. O que mudou no isolamento de doentes com Covid-19?
Questionado sobre esta redução do período de isolamento, o ECDC reconhece que, “em situações de elevado ónus [para os países], poderá ser necessária uma abordagem mais pragmática na qual sejam tidas em conta considerações adicionais, especialmente no que diz respeito aos trabalhadores essenciais”, mostrando-se assim favorável a uma redução para os vacinados contra a Covid-19.
Ainda assim, a agência europeia avisa que, “ao decidir sobre orientações de isolamento reduzidas, os Estados-membros [da União Europeia] devem ter em conta a situação epidemiológica local, a capacidade de teste do cenário e os efeitos socioeconómicos da pandemia no cenário específico”.
“Como regra, quanto mais curto for o período de isolamento, maior será o risco residual, pelo que a redução do período de isolamento requer um equilíbrio de probabilidades e uma decisão sobre quanto risco residual de transmissão se está disposto a aceitar”, avisa esta agência europeia de aconselhamento aos países.
Em Portugal, a DGS reduziu de 10 para sete dias o período de isolamento para quem testa positivo à infeção por SARS-CoV-2, desde que não tenha sintomas. Vai ser igualmente reduzido para sete dias, a partir da próxima segunda-feira, o período de isolamento do contacto de alto risco.
Período de isolamento de assintomáticos e sintomáticos ligeiros passa para sete dias
Contudo, os contactos de alto risco que estiverem completamente vacinados contra a Covid-19 e já tiverem levado a dose de reforço não precisam de cumprir isolamento, mesmo que coabitem com um caso positivo.
As pessoas em período de recuperação também não precisam de ficar em isolamento.
As medidas, que visam aliviar a carga sobre as economias dos países, surgem numa altura de elevado ressurgimento de casos por infeção com o SARS-CoV-2, que ainda assim não se traduziu em mais internamentos ou mortes.