Francisca Van Dunem, que substituiu Eduardo Cabrita na pasta da Administração Interna até ao fim da legislatura, suspendeu de funções cinco dos sete militares que agrediram e humilharam imigrantes em Odemira. A suspensão é preventiva e dura, pelo menos, 90 dias.

A notícia é avançada pela CNN/TVI, que também noticiou o episódio de agressão, em dezembro. Os restantes dois militares não foram suspensos porque os serviços da Inspeção-geral da Administração Interna (IGAI) não conseguiram notificá-los, o que atrasou o processo disciplinar.

Em dezembro, vieram a público imagens de militares da GNR a proferir insultos racistas e humilhar vários imigrantes em Vila Nova de Milfontes, Odemira, que trabalhavam no setor da agricultura, oriundos de países como o Bangladesh, o Nepal e o Paquistão. Os casos ocorreram em 2018 e 2019. As imagens mostram episódios de violência e foram encontradas no telemóvel de um militar de 25 anos, que gravava o que acontecia por diversão, e que já estava a ser investigado por factos idênticos após denúncia da própria GNR.

Odemira. Sete militares da GNR suspeitos de torturar e humilhar migrantes “com satisfação e desprezo”

Os sete militares estão acusados, desde novembro, de um total de 33 crimes. Além das suspensões, que podem ser prolongadas além dos 90 dias, o desarmamento foi outra das medidas propostas pela IGAI para estes agentes. No caso dos dois militares que não foram notificados, o processo atrasou-se, mas está a decorrer e Van Dunem pode, nos próximos dias, assinar os despachos que lhes dizem respeito. Um desses militares já estava, porém, suspenso até março, mas no âmbito de outro processo, também relacionado com agressões a imigrantes.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR