Se na Europa, a rápida propagação da variante Ómicron voltou a determinar o encerramento de portas e a imposição de testes e certificados para aceder a espaços fechados ou demasiado concorridos, em Israel, a multiplicação de novos casos não suspendeu a política de “restrições zero” do governo de Naftali Bennett e Yair Lapid. Diante do recorde de novos casos, o executivo israelita decidiu não só facilitar os protocolos de quarentena – reduzindo o período de isolamento dos infetados de 10 para sete dias -, como passou a incentivar a generalidade da população a fazer auto-testes, deixando os PCR para os grupos de risco. Quanto mais infeções, menos restrições, descreve o El Mundo.

Condenada pela oposição, a estratégia que mantém a economia aberta assenta na ideia de que a quinta vaga a atingir o país é incontrolável e tem efeitos menos graves que as anteriores nos hospitais. Apontado como exemplo na vacinação, o país que já administrou a terceira dose à generalidade da população e imunizou mais de 500 mil maiores de 60 anos com o quarto reforço, registou uma média de 35.294 casos por dia, nos últimos sete dias. O próprio executivo fala num “tsunami”.  

Só na última quarta-feira, foram 48.282 casos em mais de 400 testes realizados. De qualquer forma, o número de pacientes em estado considerado grave não sai dos três dígitos, ficando abaixo da linha vermelha dos 1500. Com uma taxa de 11,99% testes positivos, o país tem neste momentos menos de 300 internados em unidades de cuidados intensivos. Em declarações ao canal 13, o comentador Nadav Eyal, admitiu que “é possível que, no final, desta aposta calculada de que o sistema de hospitalização não entra em colapso, os israelitas esperam que, se houver contágio em massa, também haja um plano de trabalho” adequado às circunstâncias.

Confrontada com os alertas sobre um eventual contágio em massa, a chefe do serviço público de saúde do país, Sharon Alroy-Preis, veio garantir que o governo continua empenhado em travar a propagação da variante do SARS-CoV-2: “se estivéssemos a promover a imunidade de grupo, teríamos parado todos os testes e essa não é realmente a situação porque até estamos a aumentar o número de testes”.

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