A comissão de honra da candidatura da Iniciativa Liberal às legislativas, apresentada esta segunda-feira em Lisboa, é presidida por Ricardo Arroja, economista que foi o cabeça de lista da IL às europeias. E tem dois antigos secretários de Estado do primeiro Governo (2011 a 2015) de Pedro Passos Coelho.

Fazem parte da comissão Maria Estarreja, diretora Executiva na Universidade Católica, José Luís Cruz Vilaça, antigo Presidente do Tribunal de Justiça Europeu e Pedro Martins, antigo Secretário de Estado do Emprego do primeiro Governo de Pedro Passos Coelho (de 2011 a 2015).

Também fazem parte da Comissão de Honra o fundador da 42 Lisboa Pedro Santa Clara, o empresário Pedro Van Zeller, a investigadora Carina Crucho, o professor universitário Rui Albuquerque e Henrique Gomes, antigo secretário Estado de Energia de Passos que esteve menos de nove meses no Governo, depois de ter defendido uma intervenção mais musculada contra as rendas excessivas da EDP.

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Esta segunda-feira, num almoço em Lisboa para apresentação desta Comissão de Honra, o presidente da Iniciativa Liberal discursou começando por confessar não gostar do termo que agrupa estes apoiantes:

Não gosto que se chame comissão de honra. Se houver honra é minha e da direção do partido em ter pessoas tão boas e qualificadas e exemplificativas do que pode ser um país verdadeiramente liberal”, afirmou Cotrim Figueiredo.

O presidente da IL pediu ainda a estes apoiantes para trabalharem ativamente na campanha, convencendo os eleitores de vários dos argumentos da Iniciativa Liberal. Um dos primeiros pontos: “Portugal tem de crescer. Não podemos estar satisfeitos ao ter, em 2022, mais de dois milhões de portugueses em risco de pobreza — isso só pode acontecer num país que não cresce”.

17 de Janeiro de 2022 - Portugal, Lisboa - Restaurante Vinyl. Campanha Eleitoral Legislativas 2022. Almoço da Comissão de Honra da Iniciativa Liberal com João Cotrim de Figueiredo. FRANCISCO ROMÃO PEREIRA/OBSERVADOR

O candidato durante o seu almoço de campanha

“Um bocadinho menos fácil” de convencer os eleitores é o argumento de que “para crescer é preciso mudar”, já que “as mesmas políticas do passado produzem os mesmos resultados”, acrescentou o candidato.

As pessoas não gostam muito de mudança, mas temos de mudar de políticas. Falem da necessidade de baixar impostos, de emagrecer o Estado, de reforçar o SNS, de introduzir liberdade da escolha na educação. E já agora — porque isso me enerva — de sair da TAP logo que possível”, pediu ainda o candidato.

“E se as pessoas não ficarem convencidas, assustem-nas. Mostrem-lhes 600 páginas do programa eleitoral mais detalhado que Portugal já alguma vez produziu. É aqui que o voto é conquistado”, acrescentou Cotrim.

O presidente da IL defendeu depois: “A mudança custa, pode ficar a meio e isso não funciona. A mudança vai ferir interesses, vai tirar aqueles que se habituaram a depender do Estado ou do favor ou do amiguismo para sobreviver. Vão-se agarrar com unhas e dentes a esse poder e não o vão querer largar. É a IL que não tem essas amarras: não depende do aparelho do Estado, não tem aparelho partidário, não temos dependências económicas de ninguém. Falamos de aquilo que acreditamos e que queremos transmitir ao país”.