Não há riscos nem para as gestantes nem para os seus filhos. A Agência Europeia do Medicamento (EMA) anunciou nesta tarde de terça-feira a revisão de vários estudos sobre os efeitos das vacinas Covid administradas em grávidas. A amostra, segundo foi explicado em conferência de imprensa, foi de cerca de 65 mil mulheres, no total.

Não foi encontrado “nenhum sinal de aumento do risco de complicações na gravidez, abortos espontâneos, partos prematuros ou efeitos adversos nos fetos após a vacinação com mRNA Covid-19”, lê-se no comunicado que resume a conferência. Apesar de algumas limitações nos dados, acrescenta-se, os resultados entre os vários estudos são consistentes.

A EMA concluiu assim que as vacinas contra a Covid-19 são tão eficazes na redução do risco de hospitalização e mortes em grávidas como na restante população. Quanto a efeitos adversos, são os comuns: dor, vermelhidão e inchaço no local da injeção, cansaço, dor de cabeça. Embora a maioria dos dados disponíveis sejam sobre vacinas mRNA (Comirnaty e Spikevax), a agência europeia irá também apreciar dados de vacinas que usem outras tecnologias, à medida que forem ficando disponíveis.

Os ensaios clínicos iniciais geralmente não incluem pessoas grávidas, lembra a EMA, e como tal, não há dados sobre gestantes disponíveis no momento da autorização do medicamento, sendo obtidos posteriormente. “A revisão de evidências do mundo real sugere que os benefícios de receber vacinas de mRNA Covid-19 durante a gravidez superam quaisquer riscos possíveis para gestantes e bebés ainda não nascidos”, sustenta a agência europeia.

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Faltam dados sobre a 4.ª dose

Durante a conferência de imprensa, as doses de reforço das vacinas voltaram a ser discutidas, tal como tinha acontecido na semana passada, quando o chefe do grupo para as vacinas na Agência Europeia do Medicamento, Marco Cavaleri, afirmou que “não podemos continuar a dar uma dose de reforço todos os quatro meses”.

Desta vez, a EMA garante que, de forma global, os reguladores de medicamentos de diferentes países concordam “que a administração de múltiplas doses de reforço em intervalos curtos não será sustentável a longo prazo”.

Por um lado, foi reforçada a ideia de que administrar doses com intervalos muito curtos pode “reduzir o nível de anticorpos que são produzidos em cada administração”, e frisou-se que a EMA “ainda não viu dados sobre a quarta dose”. Assim, a posição oficial da agência é de que não há evidências da necessidade de administrar uma quarta dose na população geral.