Uma em cada 10 pessoas infetadas que recebe alta ao fim de sete dias de quarentena (10%) continua a contagiar terceiros, apontou ao Observador o engenheiro Carlos Antunes, que tem acompanhado a evolução da pandemia de Covid-19. Esta percentagem quando o período de isolamento era de 10 dias estava reduzido a metade (5%).
Carlos Antunes baseia-se num estudo realizado pelas autoridades de saúde no Reino Unido para determinar quando seria o período ótimo de isolamento num caso positivo, de modo a não condicionar demais a atividade económica agora que a variante Ómicron atirou os números de novos casos para novos recordes em todo o mundo.
Descobriu-se que, quando o isolamento era de duas semanas, 99% dos recuperados que recebiam alta já não tinham capacidade de infetar as pessoas com quem contactassem e só 1% continuava a contagiar. A percentagem de recuperados com alta que continua a infetar aumenta para 5% com um confinamento de dez dias, como Portugal teve antes da última atualização das autoridades de saúde; e para 10% no regime atual de sete dias.
Na Madeira e nos Açores, no entanto, o período de isolamento foi ainda mais encurtado: uma pessoa positiva e os contactos de alto risco só precisam de ficar cinco dias em casa antes de terem alta sem necessitarem de teste negativo. Nesse caso, o risco é ainda maior: 15% destas pessoas ainda estará infecciosa e com capacidade para criar novas cadeias de transmissão.