Os descendentes de Humberto II e Maria José, os últimos monarcas italianos, fizeram um pedido formal para recuperar as joias da coroa, que estão guardadas num cofre do Banco de Itália há 76 anos.

Mais de 6.000 diamantes e 2.000 pérolas colocadas em pregadeiras e colares usados por várias rainhas e princesas italianas estão no Banco, avança o jornal The Guardian. Os filhos do casal, descendentes da Casa de Sabóia — Vítor Emanuel, Maria Gabriela, Maria Pia e Maria Beatriz de Sabóia — tentam reaver este espólio.

O Banco de Itália recebeu as joias em 5 de junho de 1946, três dias depois de os italianos votarem pela abolição da monarquia e nove dias antes do rei Humberto II, que governou apenas durante 34 dias, ser banido para o exílio junto com os seus herdeiros do sexo masculino.

O rei Humberto II e a rainha Maria José viajaram para Portugal, para Cascais, onde passaram grande parte das suas vidas. Só em 1983 deixaram o país com destino a Genebra, na Suíça, onde o rei morreu a 15 de março desse mesmo ano.

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As joias foram a única propriedade real que o Estado italiano não confiscou com o fim da monarquia, o que poderá ajudar os descendentes da Casa de Sabóia que reclamam a sua posse.

A favor de Vítor Emanuel, Maria Gabriela, Maria Pia e Maria Beatriz de Sabóia está uma mensagem que terá sido deixada com as “preciosas” joias onde se lê que estas devem ser “mantidas à disposição de quem tem direito”. É com esta nota que os descendentes defendem que o Estado italiano não pode ficar com os diamantes e as pérolas.

O jornal italiano Il Giorno avança que a família está pronta para levar o Estado a tribunal e o advogado que a representa, Sergio Orlandi, diz que “os Sabóias vão ter as suas joias de volta”.

Ainda não está claro quanto valem os mais de 6.000 diamantes e as 2.000 pérolas, embora estimativas díspares apontem para um valor entre os 18 milhões de euros e os 300 milhões.