Em cerca de quatro anos — fora outros casos de degelo em curso, na Antártida – o iceberg gigante A-68 despejou no oceano 1,5 mil milhões de toneladas de água doce, de acordo com as estimativas do British Antartic Survery (BAS), desde o seu desprendimento da plataforma de gelo Larsen-C, em junho de 2017. Transtorno anunciado, o icebergue transferiu para o mar o que os especialistas estimam equivaler a 61 milhões de piscinas olímpicas.
Inicialmente com 5.719 quilómetros quadrados, aproximadamente duas vezes o tamanho do Luxemburgo, o A-68a está a derreter e, como recordam os espanhóis do ABC, começou a alarmar os especialistas quando, na sua travessia de cerca de quatro mil quilómetros, se aproximou perigosamente da costa das de San Pedro, nas ilhas britânicas da Georgia do Sul, ameaçando a povoação que, embora desabitada, recebe cientistas.
Na sua última medição, há cerca de um ano, o Radar Copérnico Sentinel-1 mostrava que aquele que foi o maior icebergue do mundo — o sexto maior, detetado em toda a história — media cerca de 60 quilómetros de comprimento e teria uma largura máxima de 22 quilómetros. Também o British Antartic Survery (BAS), usou medições de satélite para medir e acompanhar as dimensões do icebergue, assim como as alterações na espessura. Estima-se que o A68a tenha perdido 67 metros da sua espessura inicial de 235 metros.
Se por um lado, o derretimento acelerado da massa de gelo deixou de significar uma ameaça imediata para as ilhas britânicas da Georgia do Sul, por outro, a pressão do equivalente a mais 61 milhões de piscinas olímpicas — 1,5 mil milhões de toneladas de água doce — nos oeanos são um alerta para a subida do nível médio da água em todo o planeta. A médio e longo prazo, ainda são desconhecidos os danos colaterais que o degelo vai ter no habitat marinho da zona.