A produção de eletricidade a partir de barragens caiu 52,8% em janeiro face a igual mês do ano passado e está “num valor baixo para esta época do ano”, refere a REN (Redes Energéticas Nacionais). Ainda antes da ordem dada para suspender a geração em cinco barragens, anunciada esta segunda-feira pelo Governo, já a produção hídrica estava em queda livre por causa da seca. A eletricidade gerada pelas barragens costuma ser a principal fonte de energia renovável no Inverno, mas em janeiro foi ultrapassada pela eólica, representando apenas 16% do consumo.

Seca. Governo suspende produção de electricidade em 5 barragens da EDP

Ainda assim, o sistema elétrico português conseguiu que mais de metade do consumo em janeiro tenha sido abastecido por fontes renováveis, com destaque para um elevado índice de produtibilidade no solar por causa do tempo. Mas apesar de mais do que duplicar a produção a energia fotovoltaica representa apenas 3,3% do consumo atrás da biomassa.

Muitos dias de sol e temperaturas acima da média registadas do primeiro mês de 2022 justificam ainda a queda do consumo de eletricidade que em termos absolutos foi de 6,7%. Esta queda é explicada pela comparação com janeiro de 2021, que começou com uma vaga de frio que coincidiu com o segundo confinamento. Corrigindo o efeito da temperatura e dos dias úteis, a descida do consumo foi de 1,4%.

As estatísticas da REN para janeiro revelam ainda um aumento de 19% na produção térmica a partir de gás natural de forma e o disparar das importações de eletricidade que abasteceram 17% do consumo. Estas evoluções acontecem num contexto em que o carvão deixou de operar em Portugal, ao mesmo tempo que a produção de energia verde recua 27% face ao mesmo mês de 2021.

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