O BCE manteve, como se esperava, as taxas de juro inalteradas, anunciou a entidade liderada por Christine Lagarde, depois da reunião sobre política monetária, seguindo linha por linha as decisões que tinha tomado em dezembro.

A Fed já admitiu poder subir taxas em março. E o Banco de Inglaterra anunciou hoje mesmo uma subida das taxas diretoras do Reino Unido, o que acontece pela segunda reunião consecutiva. No encontro desta quinta-feira, o Banco de Inglaterra subiu para 0,5% as suas taxas, de um valor de 0,25% que tinha fixado na reunião de dezembro. Tudo por conta da inflação.

Mesmo que a Zona Euro tenha apresentado uma taxa de inflação de 5,1%, o BCE mantém o guião que já estava a seguir. No comunicado diz mesmo que “o Conselho do Banco Central Europeu (BCE) confirmou as decisões tomadas na reunião de política monetária realizada em dezembro”.

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Christine Lagarde já por várias vezes pôs panos quentes no ímpeto do banco central de avançar para uma subida das taxas de juro, tendo já considerado que esse aumento poderia só ser sentido dentro de seis a nove meses e podia, até, travar o crescimento. Após a reunião de dezembro, a presidente do BCE mantinha a convicção de que a inflação é temporária.

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Em comunicado, o BCE informa que mantém as decisões de dezembro, mesmo ao nível dos programas de compras de ativos. As compras ao abrigo do programa pandémico (designado de PEPP) ficarão terminadas em março deste ano, mas continuará a reinvestir o dinheiro dos reembolsos até pelo menos ao final de 2024.

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Já as aquisições mensais ao abrigo do programa de compra de ativos (APP) ascenderão a 40 mil milhões de euros no segundo trimestre de 2022 e 30 mil milhões de euros no terceiro trimestre, avança o BCE, a crescentando que, a partir de outubro, as aquisições mantêm-se a um ritmo mensal de 20 mil milhões de euros, “enquanto for necessário, para reforçar o impacto acomodatício das taxas de juro diretoras do BCE”. E assume que as aquisições possam acabar “pouco antes de começar a aumentar as taxas de juro diretoras do BCE”.

Na explicação sobre a manutenção das taxas de juro em mínimos históricos, o BCE replica ipsis verbis a justificação dada em dezembro: “Com vista a apoiar o seu objetivo simétrico de inflação de 2% e em consonância com a sua estratégia de política monetária, o Conselho do BCE espera que as taxas de juro diretoras do BCE permaneçam nos níveis atuais ou em níveis inferiores até observar que a inflação atinge 2%, muito antes do final do horizonte de projeção e de forma durável durante o resto do horizonte de projeção, e considerar que os progressos realizados em termos de inflação subjacente estão suficientemente avançados para serem consentâneos com uma estabilização da inflação em 2% no médio prazo. Tal pode também implicar um período transitório, durante o qual a inflação se situe moderadamente acima do objetivo”.