O ministro da Saúde alemão, Karl Lauterbach, declarou esta terça-feira ser contra o levantamento “rápido” das restrições relacionadas com a pandemia de Covid-19, porque levaria ao prolongamento da atual onda da variante Ómicron do novo coronavírus.

“A reabertura prolongaria claramente a onda”, declarou o governante, que se mostrou “surpreendido” com o debate sobre o levantamento de restrições promovido por alguns Estados alemães e por alguns partidos políticos.

“Se abrirmos rapidamente agora, prolongamos a onda e só nos prejudicaremos”, insistiu o ministro, que reiterou que o número máximo de infeções devido à pandemia na fase atual deverá ser alcançado em meados de fevereiro.

O próprio Lauterbach previu, há algumas semanas, que as novas infeções diárias de Covid-19 poderiam chegar a 400 mil casos precisamente em meados deste mês e esta terça-feira confirmou a sua previsão aos jornalistas, em Berlim.

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A incidência acumulada na Alemanha marcou um novo recorde consecutivo esta terça-feira com 1.441,0 novas infeções em 100.000 habitantes em sete dias, segundo dados disponibilizados pelo Instituto Robert Koch (RKI).

Houve um aumento na incidência acumulada em comparação aos dados de segunda-feira, que registou 1.426,0 casos positivos em 100.000 habitantes em sete dias e, há uma semana, foram contabilizadas 1.206,2 novas infeções na Alemanha.

Há um ano, foram registados 335,9 novos contágios em 100.000 habitantes em sete dias.

Nas últimas 24 horas, foram registadas 169.571 novas infeções e, há uma semana, foram contabilizados 162.613 novos contágios.

Nas últimas 24 horas foram registadas na Alemanha 177 mortes e, há sete dias, foram contabilizados 188 óbitos, enquanto o número de casos ativos é de cerca de 2.911.100.

Lauterbach criticou o anúncio do presidente do Estado da Baviera, Markus Söder, que declarou que não aplicará a obrigação da vacinação contra a Covid-19 nos lares de idosos.

Por outro lado, o ministro alemão declarou esta terça-feira ao semanário “Stern” que receia um agravamento da situação devido às novas mutações.

“Neste momento, o vírus tem as melhores condições para continuar a se desenvolver. É epidemiologicamente inimaginável que novas mutações não apareçam com esses altos números de contágio”, disse.

Em 16 de fevereiro haverá uma reunião entre o Governo federal e as autoridades regionais na qual será analisado o relaxamento das medidas atuais, nomeadamente aquelas que afetam o acesso ao comércio e hotéis para vacinados e não vacinados.

A Covid-19 provocou pelo menos 5.737.468 de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 na China.