O presidente da Iniciativa Liberal apontou quarta-feira “um problema sério com o sistema eleitoral” e por isso vai insistir na sua reforma, esperando para ver se o PS “está a falar a sério” quando diz que será dialogante.

João Cotrim Figueiredo, presidente e deputado eleito da Iniciativa Liberal (IL), esteve quarta-feira a acompanhar a contagem dos votos dos círculos da emigração, que decorre na FIL, em Lisboa.

“Há um problema sério com o sistema eleitoral. Temos que o enfrentar. Vamos insistir [em alterar a lei eleitoral] e gostava que todos os portugueses, independentemente do partido, participassem nesta discussão”, disse, em declarações aos jornalistas.

Para o presidente da IL, o que não pode acontecer “é de quatro em quatro anos” haver queixas que “as pessoas não participam ou não têm as suas escolhas devidamente representadas na Assembleia da República”.

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“É importantíssimo voltar a discutir este tema não como uma questão de cálculo eleitoral, mas com esta constatação: há cerca de um milhão de portugueses em Portugal mal representados ou não representados de todo e não sei quantas centenas de portugueses fora de Portugal que não conseguem votar”, criticou.

Na ótica do presidente liberal, “isto começa a ser um problema de democracia e de representatividade”.

“Vamos discutir isto abertamente e vamos também aqui ver se o PS está a falar a sério quando diz que vai ser uma maioria absoluta, mas dialogante. Estou para ver”, desafiou.

De acordo com Cotrim Figueiredo, “há no sistema eleitoral uma série de problemas que faz com que pessoas não tenham conseguido votar”.

“Mas mesmo aqueles que o exerceram em Portugal ficaram não representados ou sub-representados. Não representados porque os votos que emitiram nos seus círculos eleitorais não elegeram ninguém ou quem sabendo isso, votou útil ou menos inútil. Isto está a criar uma quantidade de portugueses que não têm real representação no parlamento e cria um problema democrático”, lamentou.

É por isso que a IL vai “insistir na reforma do sistema eleitoral”, defendendo que “passe a ter um círculo de compensação que evite estes problemas de não representação”.