Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, já na quarta-feira tinha realçado a importância de Portugal baixar a dívida pública. E esta quinta, em entrevista ao Negócios, reforça. “Não conseguir e não fazer todos os esforços para lá chegar [colocar a dívida nos 116% do PIB em 2023] é imperdoável, não só em termos nacionais – porque não conseguimos fazer o que as políticas europeias finalmente perceberam que tinha de ser a resposta à crise pandémica – como, do ponto de vista europeu, terá um efeito muito negativo no próximo round de debate sobre políticas para o futuro”.

Reduzir o endividamento é “a melhor forma de o país se continuar a preparar para essa mudança de ciclo na política monetária”. E a política monetária, realçou também, está em mudança de ciclo.

Ainda assim, dá a mão ao Orçamento. “Com os números que temos, é que quer o fenómeno da inflação quer o aumento das taxas de juro que já estamos a observar e que se regularizará a breve trecho – não esperamos que seja um aumento continuado – não põem em causa o conjunto de políticas que estavam previstas no Orçamento do Estado para 2022. Que era um conjunto de políticas que previam algum desagravamento fiscal, que tinha prioridades que o Governo estabeleceu. Não vejo que a macroeconomia possa pôr em causa essas decisões”, realça Centeno, depois de no dia anterior ter anunciado a possibilidade do défice de 2021 ter ficado “provavelmente” abaixo de 3%.

Governador Centeno dá a boa nova de Leão: défice terá ficado em 2021 “provavelmente abaixo de 3%”

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