A tensão junto à fronteira entre a Rússia e a Ucrânia aumentou substancialmente nas últimas horas. Após os bombardeamentos em Donetsk, o líder da região separatista, Denis Pushilin, confirmou que os rebeldes pró-russos começaram a retirar civis da região de Donbass por receio de uma escalada militar. As agências de informação russa deram ainda conta, esta tarde, de uma “forte explosão” junto a uma delegacia ucraniana em Donbass.

Neste momento, já há registo de autocarros para retirar civis que vivem na região, levando-os para a Rússia. “Foi organizada uma partida em massa e centralizada da população para a Federação Russa. Mulheres, crianças e idosos serão os primeiros a ser retirados”, afirmou Denis Pushilin.

No local, os jornalistas presentes em Donetsk relataram que foram ouvidas sirenes e ordens à população para que se preparem para serem retiradas. Já se formam filas inclusive nos multibancos e bombas de gasolina.

Entretanto, as agências informação de russa (Russia Today, Sputnik e RIA) deram conta de que se ouviu “uma grande explosão” no centro de Donetsk esta tarde, junto à delegacia da Ucrânia. Segundo as mesmas fontes, na origem terá estado um “carro-bomba” num “parque de estacionamento”.

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O Presidente russo, Vladimir Putin, já veio prometer a todos aqueles que saírem da região de Donbass e rumaram à Rússia uma quantia de 10 mil rublos (cerca de 114 euros), avança o The Washington Post.

Além disso, o Presidente russo pediu ao seu ministro da Emergências para ir “urgentemente” para junto à fronteira de Donbass para “criar condições para acomodar”, fornecer “refeições quentes” e “tudo o necessário” para os refugiados.

EUA falam em “falsas provocações” e dizem que parte de plano de invasão

Em reação a estes eventos, Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, disse que o plano da Rússia para invadir a Ucrânia já está em marcha.

O que a Rússia fez “nas últimas 24 a 48 horas” é parte de “um cenário que está em marcha” para “criar falsas provocações” e depois ter de responder a essas “provocações” e “ultimamente cometer uma nova agressão contra a Ucrânia”.

Tensão volta a subir em Donbass: cessar-fogo é violado e separatistas falam em retirar civis. Kremlin diz-se “preocupado”

Num encontro na conferência de segurança de Munique, Antony Blinken afirmou que é preciso olhar para a “história”, para entender as movimentações russas, mencionando o que aconteceu em 2014, na Crimeia, e em 2008, na Geórgia.

Mapa com as regiões separatistas na Ucrânia. Reprodução: Comissão Europeia

O secretário de Estado dos EUA ressalvou, no entanto, que o caminho da diplomacia ainda está aberto e frisou que Putin ficou “surpreendido” com a “solidariedade” entre os estados-membros da NATO e da União Europeia.

Retirada de civis de Donbass: Operação é “cínica” e “cruel”, dizem EUA

O governo norte-americano comentou pela primeira vez a retirada de civis de Donbass. Para Washington, esta movimentação por parte da Rússia é “cínica” e “cruel”. 

De acordo com The Telegraph — que cita fonte do departamento de Estado dos EUA —, “anúncios destes são uma tentativa de obscurecer através de mentiras e desinformação que a Rússia é o agressor neste conflito”.

Os EUA dizem ainda que é “cínico e cruel usar seres humanos como peões para distrair o mundo do facto de que a Rússia está a preparar-se para um ataque”.

Comentando a operação, os EUA destacaram que esta esta movimentação por parte da Rússia é “cínica” e “cruel”. De acordo com The Telegraph — que cita fonte do departamento de Estado dos EUA —, “anúncios destes são uma tentativa de obscurecer através de mentiras e desinformação que a Rússia é o agressor neste conflito”.

Os EUA salientam ainda que é “cínico e cruel usar seres humanos como peões para distrair o mundo do facto de que a Rússia está a preparar-se para um ataque”.