Quando dois jovens fabricantes de veículos eléctricos, como a Tesla ou a Lucid, enfrentam um construtor com quase 100 anos no mercado e sempre associado a veículos desportivos, a balança tenderá a favorecer este último, especialmente se em cima da mesa estiver uma prova de arranque para ver qual é o mais rápido. A Drag Times organizou um confronto entre estes três rivais, simultaneamente as berlinas de quatro portas mais desportivas do mercado.
Este comparativo a três é altamente aliciante, por vários motivos. Primeiro, para apurar que construtor lidera em termos tecnológicos os veículos eléctricos, não sendo evidente que Tesla e Lucid pensem inclinar-se perante a mais reputada Porsche. Antes pelo contrário, apesar desta recorrer a outra marca igualmente jovem e especialista em eléctricos, a croata Rimac, para melhorar o Taycan. O segundo motivo tem a ver com a capacidade de aceleração destas pacatas berlinas eléctricas em termos absolutos, para verificar até que ponto, apesar de serem capazes de transportar família e respectivas malas, conseguem bater os melhores Ferrari, Lamborghini e Bugatti.
Depois de já ter confrontado o Lucid com o Porsche e o Lucid com o Tesla, a equipa da Drag Times organizou este evento, que consistiu em três arranques. Dois deles de 0 a 402 metros, o tradicional ¼ de milha com arranque parado, sendo o terceiro uma reprise, ou seja, uma aceleração a fundo com os veículos a circular a 40 km/h, para anular o efeito devido à eficiência do launch control.
Presentes estavam o Taycan Turbo S, com 760 cv e 2370 kg, o Model S Plaid com 1034 cv (1020 hp) e 2162 kg, e a novidade e motivo para este comparativo, o Lucid Air Dream Edition Performance, com 1126 cv (1111 hp) e 2400 kg. No papel, o Porsche não era sequer digno de figurar neste comparativo, mas interessava saber se o construtor alemão conseguiria “tirar um coelho da cartola”, provavelmente com recurso à transmissão de duas velocidades que monta no eixo traseiro.
O vídeo mostra uma realidade bem diferente, que começa por um domínio esmagador da Tesla. O Plaid está acima do milhar de cavalos, mas não é o mais potente, sendo que isso não o impediu de arrancar sempre mais rapidamente e continuar a ganhar vantagem até à linha de chegada, numa clara demonstração de superioridade, tanto nas provas com arranque parado, como naquelas em movimento.
O Lucid Air Dream Edition Performance foi sempre o segundo, longe do Tesla, mas bem à frente do Porsche, que quase desaparecia no horizonte.
O Lucid é o mais potente do trio, com mais 92 cavalos do que o Plaid, mas igualmente com mais 238 kg, o que pode explicar a ausência de vantagem. Tal não beliscou o excelente desempenho do Air que, embora produzido pelo mais jovem dos fabricantes, se classificou numa honrosa 2ª posição.
O Taycan Turbo S foi, de longe, o mais lento, de tal forma que até parecia ter ficado parado. Parece que o construtor alemão precisa de fazer rapidamente algo para não ficar irremediavelmente para trás e comprometer a imagem de fabricante de desportivos que alega possuir. Estatuto esse que agora está a ser posto em causa por dois fabricantes, um com apenas 10 anos de experiência e outro que começou há apenas uns meses a construir automóveis, mas ambos a dominar esta tecnologia melhor do que os alemães. Muito provavelmente, será este o motivo que leva a Ferrari e a Lamborghini a atrasarem a introdução no mercado do seu primeiro veículo eléctrico, procurando assim evitar passar por uma “vergonha” deste calibre, pretendendo chegar ao mercado apenas quando estiverem em condições de baterem rivais como o Rimac Nevera.