Afastar-se, de Luísa Costa Gomes, é a obra vencedora do Prémio Literário Casino da Póvoa, atribuído anualmente durante o Correntes d’Escritas. O anúncio foi feito durante a manhã desta quarta-feira, na sessão de abertura do festival literário, no Casino da Póvoa.

Na decisão, o júri, constituído por Ana Pereirinha, Carlos Quiroga, Carlos Vaz Marques, Isabel Lucas e Isabel Pires de Lima, destacou “a coerência na diversidade deste livro de contos, género em que a autora se tem destacado ao longo de 40 anos de vida literária, bem como a constante procura da forma adequada que Luísa Costa Gomes persegue em cada conto”.

“No domínio da escrita, o trabalho da autora persiste com rigor constante”, disse ainda o júri, salientado “o contundente uso da ironia, na escrita de Luísa Costa Gomes”.

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Luísa Costa Gomes, de 67 anos, celebrou, no ano passado, 40 anos de carreira literária, altura em que foi entrevista pelo Observador a propósito do lançamento de Afastar-se, o seu mais recente livro de contos, publicado pela D. Quixote.

Nascida em 1954, em Lisboa, Luísa Costa Gomes licenciou-se em Filosofia, foi professora do Ensino Secundário e diretora da revista Ficções, dedicada à divulgação de ficção curta.  Romancista, contista, dramaturga e cronista, Costa Gomes recebeu, entre outros, o Prémio D. Diniz, pelo romance de estreia, O Pequeno Mundo; o Grande Prémio de Conto da Associação Portuguesa de Escritores, por Contos Outra Vez; e o Prémio Fernando Namora, por Ilusão.

O Prémio Casino da Póvoa premeia uma obra editada em Portugal e escrita por um autor de língua portuguesa ou castelhana. É atribuído nos anos pares a uma novela ou romance e nos anos ímpares a poesia. No ano passado, o galardão, que tem um valor de valor de 20 mil euros, foi para o livro de poesia Estranhezas, de Maria Teresa Horta.

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O galardão será entregue a Luísa Costa Gomes no sábado, na sessão de encerramento do festival literário.

Prémio Literário Luis Sepúlveda atribuído à turma do 3.º e 4.º anos da Escola Básica José Manuel Durão Barroso, em Armamar

O primeiro lugar do Prémio Literário Luis Sepúlveda foi atribuído ao conto ilustrado “As histórias do jardim”, escrito pelos alunos da turma do 3.º e 4.º B da Escola Básica José Manuel Durão Barroso, em Armamar.

O segundo lugar foi para “O Canto dos Pássaros”, do 4.ºA da mesma escola, e o terceiro lugar para  o conto “Pan, a flauta perdida”, do 4.º C da Escola Básica Padre Manuel de Castro, de S. Mamede de Infesta, em Matosinhos.

Anteriormente designado como Prémio Conto Infantil Ilustrado Correntes d’Escritas, o concurso promovido desde 2008 junto das turmas do 4.º de escolaridade do Ensino Básico passou este ano a ostentar o nome do escritor chileno, presença assídua no Correntes d’Escritas, que morreu em 2020, vítima de Covid-19.

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Em sua homenagem, “os alunos foram desafiados a escrever e ilustrar contos sobre a amizade, a solidariedade social, a liberdade, o respeito pelo outro e/ou a defesa do ambiente, as principais ideias da obra de Luis Sepúlveda”, explicou o Grupo Porto Editora, parceiro na atribuição do prémio.

A 23.ª edição do Correntes d’Escritas, que este ano decorre de forma presencial, arranca oficialmente esta quarta-feira e termina no sábado. Está confirmada a presença de 60 escritores de expressão ibérica.