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Movimento de tropas, as fronteiras e a invasão. Como a Rússia está a atacar a Ucrânia

Este artigo tem mais de 2 anos

Há relatos de bombardeamentos em vários pontos do país. Serviços norte-americanos dizem que russos têm 150 mil soldados no terreno. Ucrânia não descarta ajuda da NATO e da UE. Russos próximos de Kiev.

(Artigo em atualização)

Donetsk e Lugansk, as duas cidades na região de Donbass, a leste da Ucrânia, que são controladas por separatistas pró-russos, deixaram de ser a única preocupação para as autoridade políticas e militares da Ucrânia. Esta quinta-feira, os militares russos entraram na Ucrânia por três locais diferentes: além de Donbass e da Crimeia (anexada pela Rússia em 2014), as forças entraram também pela Bielorússia, a norte, e começaram a bombardear vários pontos no país, aproximando-se mesmo da capital ucraniana de Kiev, como mostra o mapa em baixo. A Ucrânia já pediu à União Europeia que aplique sanções à Bielorússia.

De acordo com estimativas de oficiais de inteligência dos EUA, cerca de 150.000 soldados russos cercavam a Ucrânia nos dias que antecederam o início da ofensiva militar desta madrugada. “A situação é extremamente tensa, obviamente. O primeiro choque desta manhã foi quando houve ataques com mísseis, roket e drones. Alguns dos edifícios das nossas forças armadas estão simplesmente destruídos. Todos eles são infraestruturas militares. Eles [os russos] estão a tentar romper a fronteira e entrar no país com suas forças terrestres. As forças armadas ucranianas tentam detê-los. A cidade de Mariupol está mais tranquila. Não há tentativa de avanço”, descreveu ao The Guardian o ministro da Defesa ucraniano, Andriy Zagorodnyuk.

Segundo informações fornecidas pela presidência da Ucrânia à sua representante em Portugal, a embaixadora Inna Ohnivets, houve bombardeamentos junto a vários aeródromos na zona leste do país, entre eles Boryspil, Odessa e Kramatorsk. A embaixadora referiu também um ataque a uma estrutura militar. Além destes alvos, houve vários ataques ao longo da fronteira com a Rússia e da fronteira administrativa com a Crimeia.

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O jornal Meduza diz que as tropas russas tomaram o controlo do aeroporto de Antonov, em Hostomel, fora de Kiev. Uma informação que dizem ter sido confirmada pelas autoridades ucranianas.

Repórteres da CNN no local ouviram explosões em Kiev, precisamente na zona de Boryspil. Assim como em Kharkiv, Kramatorsk, Dnipro, Mariupol, e Odessa, que tem o maior porto do país, e Zaporizhzhia. A embaixadora em Portugal diz que os russos tentaram capturar a região de Lugansk — com o nome simbólico “Felicidade” —, mas que falharam graças à resposta da Ucrânia, que teve uma informação prévia de que o ataque iria acontecer. Segundo a BBC, pelo menos dez civis terão sido mortos, seis deles durante um ataque em Brovary, perto da capital. Às 18h30 em Portugal, o mapa dos locais atacados por russos era este:

O ministro da Defesa, ainda ao The Guardian, diz que os ataques se foram multiplicando. “Estão bem perto da cidade de Kherson agora. A situação é realmente crítica lá. Também estão a tentar cercar Kharkiv. Parece que Kharkiv neste momento é o alvo principal. E tentam chegar a Kiev usando um grupo de campo de batalha. O grupo partiu da Bielorrússia e foi detido. Há uma estrada muito má [para Kiev]. Claramente foi um erro de cálculo do lado deles no momento. Houve algumas perdas russas e do nosso lado. As forças armadas ucranianas estão a lutar muito seriamente. Não há pânico. Há tentativas de resistência e em muitas direções está a dar certo”, disse o governante, cujas declarações foram transcritas pelas 13h30 em Portugal.

Entretanto, da parte da Rússia, as informações, segundo a AFP, são de que o exército russo já destruiu 74 instalações militares na Ucrânia, incluindo 11 aeródromos. Isto depois de a Rússia vir negar estar a invadir o país vizinho. “Após os ataques aéreos das Forças Armadas russas, 74 instalações militares terrestres foram retiradas de serviço. Isso inclui 11 aeródromos da Força Aérea”, disse o porta-voz do ministério da Defesa russo, o general Igor Konashenkov, que acrescentou também a informação da destruição de “três postos de comando, uma base naval ucraniana e 18 estações de radar dos sistemas de defesa antimísseis ucranianos S-300 e Buk-M1”, bem como um “helicóptero de ataque” e “quatro drones Bayraktar TB-2” de fabrico turco.

As autoridades ucranianas deram depois conta de um total de 203 ataques em quase todo o território nacional. Entre os alvos esteve a central nuclear de Chernobyl, que após duas horas de uma “batalha brutal”, a Ucrânia perdeu controlo, sem se saber do estado dos edifícios que confinavam o material nuclear radioativo.

NATO promete proteção, mas não intervém no terreno

Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO, disse esta manhã em conferência de imprensa que a aliança militar tudo fará “para se defender desta agressão”. “Vamos proteger-nos por terra, ar e mar“, avisou o responsável, condenando “da forma mais veemente a invasão russa da Ucrânia” — uma “invasão que é deliberada e caracterizada por um sangue frio”, porque “está a ser planeada há muito” e “não é surpreendente”.

Temos de reagir com uma unidade reforçada, as democracias têm de se juntar porque a democracia irá sempre prevalecer sobre a autocracia e a liberdade irá sempre vencer a opressão”, acrescentou.

Stoltenberg acrescentou: “Todos os nossos aliados serão protegidos de qualquer ataque que possa acontecer”. “Vamos proteger as nossas pessoas e os nossos valores”, garantiu, sublinhado: “Vou ser claro, atacar um aliado da NATO é atacar todos, a Rússia irá pagar preço elevado” se o fizer.

A NATO é uma aliança militar que nasceu em 1949 entre 12 países (Bélgica, França, Noruega, Canadá, Islândia, Países Baixos, Dinamarca, Portugal, Itália, Estados Unidos, Luxemburgo e Reino Unido) para combater a ameaça russa durante o pós-guerra na Europa, como lembra a BBC. Os seus Estados-membros acordaram ajudar-se no caso de algum deles ser atacado. Em resposta à NATO, em 1955, a Rússia criou a sua própria aliança militar com os países do Leste Europeu — O Pacto de Varsóvia. Mas, em 1991, com a queda da União Soviética, vários países de leste acabaram por juntar-se à NATO (ver mapa a partir de 1997).

Não foi o caso da Ucrânia, que faz fronteira com a Rússia e com a União Europeia e não é um membro da NATO, mas é um país parceiro. Ou seja, há a possibilidade de vir a integrar a aliança. Aliás, em 2014, quando a Rússia anexou a península da Crimeia, no sul da Ucrânia, a NATO não interveio, colocando apenas tropas em vários países do leste europeu pela primeira vez, como agora poderá voltar a fazer.

NATO reforça presença militar nos aliados vizinhos da Ucrânia, mas não há planos para entrar no país

A embaixadora ucraniana em Portugal já disse que as tropas ucranianas estão preparadas para combater as russas, mas que precisa de apoio da NATO e da União Europeia, assim como de meios materiais. Do lado da aliança Atlântica, e depois de condenar a incursão russa desta madrugada, o secretário-geral da NATO já assegurou que os parceiros militares não vão concretizar qualquer ação militar em território ucraniano.

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