O Presidente russo, Vladimir Putin, alertou que tem armamento nuclear disponível a ser usado, se alguém ousar utilizar meios militares para tentar impedir a invasão russa da Ucrânia.

A ameaça pode ter sido vazia, uma mera exibição de garras pelo Presidente russo, mas foi percebida. Isso acendeu visões de um pesadelo em que as ambições de Putin poderiam levar a uma guerra nuclear por acidente ou erro de cálculo.

“Quanto aos assuntos militares, mesmo após a dissolução da URSS [União Soviética] e a perda de uma parte considerável das suas capacidades, a Rússia continua a ser um dos estados nucleares mais poderosos”, disse Putin, no seu discurso pré-invasão na quinta-feira.

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Putin adiantou que “não deve haver dúvida para ninguém de que qualquer potencial agressor enfrentará a derrota e consequências nefastas se atacar diretamente” a Rússia.

Ao sugerir uma resposta nuclear, o Presidente russo colocou em jogo a possibilidade perturbadora de que os atuais conflitos na Ucrânia possam eventualmente transformar-se num confronto atómico entre a Rússia e os Estados Unidos.

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Este cenário apocalíptico é familiar para aqueles que cresceram durante a Guerra Fria, numa época em que as crianças das escolas norte-americanas eram instruídas a esconderem-se debaixo de mesas em caso de sirenes nucleares.

Surpreendentemente, nenhum país usou mais armas nucleares desde 1945, quando o presidente norte-americano Harry Truman lançou bombas no Japão, acreditando que era a maneira mais segura de acabar rapidamente com a Segunda Guerra Mundial. Isso aconteceu, mas com a perda de cerca de 200.000 vidas, a maioria civis em Hiroshima e Nagasaki.

Em todo o mundo, ainda hoje, muitos consideram isso um crime contra a humanidade e questionam se valeu a pena.

Por um breve período após a guerra, os Estados Unidos tiveram o monopólio nuclear. Mas alguns anos depois, a União Soviética anunciou a sua própria bomba nuclear e os dois lados da Guerra Fria se envolveram numa corrida de armamento para construir e desenvolver armas cada vez mais poderosas nas próximas décadas.

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Com o fim da União Soviética em 1991, e a sua transformação numa democracia sob o comando Boris Yeltsin, os Estados Unidos e a Rússia concordaram em limitar os seus armamentos.

Outros países pós-soviéticos, como Ucrânia, Cazaquistão e Bielorrússia, desistiram voluntariamente das armas nucleares no seu território depois da dissolução da União Soviética.

Nos últimos anos, falaram-se de armas nucleares, no contexto de impedir a sua proliferação em países como a Coreia do Norte e o Irão.