As forças armadas suecas denunciaram esta quarta-feira que quatro caças russos (dois Sukhoi Su-27 e dois Sukhoi Su-24) invadiram o espaço aéreo do país. Num comunicado citado pela Reuters, Estocolmo vê este acontecimento de “forma muito séria” e menciona a “atual situação” na Ucrânia como motivo.
Peter Hultqvist, ministro da Defesa sueco, sinalizou que a “violação do espaço aéreo” é “completamente inaceitável”. Garantiu também que esta ação vai levar a uma “resposta diplomática firme” por parte da Suécia. “A soberania e o território sueco devem ser sempre respeitados”, declarou.
A Suécia informou que a invasão russa aconteceu no leste da ilha de Gotland no mar Báltico, numa zona junto a países que pertencem à NATO, como a Estónia, a Letónia e a Lituânia.
A Rússia ameaçou, na sexta-feira, a Suécia e também a Finlândia com “sérias repercussões políticas e militares” se os dois países decidirem aderir à NATO. “É evidente que a adesão da Finlândia e da Suécia à NATO, que é um bloqueio militar, teria graves consequências militares e políticas que obrigariam a que o nosso país tomasse medidas recíprocas”, avisou a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova.
O debate da entrada da Suécia na NATO reacendeu-se no país, mas há vários setores da sociedade que se opõem ao fim da neutralidade de Estocolmo. No entanto, a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, disse, num discurso ao país esta terça-feira, que a capacidade defensiva do país “precisa de ser reforçada”. “Não estamos sob uma ameaça direta contra a Suécia, mas o nível de ameaçou subiu”, indicou.
De recordar que, em janeiro, Suécia enviou tanques e dezenas de militares armados para as ruas de Visby, uma cidade portuária na ilha de Gotland, no mar Báltico, numa ação incomum tomada em resposta ao aumento da “atividade russa” na região.
“As Forças Armadas estão a tomar as medidas necessárias para proteger a integridade da Suécia e demonstrar a nossa capacidade de proteger a Suécia e os interesses dos suecos”, adiantou à agência de notícias AFP o ministro da Defesa, Peter Hultqvist, através de e-mail, na ocasião.