A britânica Aston Martin começa a ver a luz ao fundo do túnel, em termos comerciais. A sua gama de coupés e roadsters desportivos beneficiou recentemente do reforço do primeiro SUV da marca, o DBX, que passou de imediato a liderar as vendas do construtor. Só não indo mais além porque os ingleses não querem transformar a marca desportiva num fabricante de veículos pesados e menos elegantes. Além do SUV, a Aston Martin está em vias de começar a entregar o hiperdesportivo Valkyrie, que pretende ser o mais eficiente e rápido do mercado, tanto em pista como em estrada, com o superdesportivo Valhalla a ser o modelo que se segue. Mas vão surgir novidades dentro de três anos e serão alimentadas por bateria.
Em 2025, a Aston Martin tem agendado o lançamento do seu primeiro modelo 100% eléctrico produzido em série. Face ao nível de exigência dos clientes típicos do construtor britânico, não é de esperar que surjam versões com menos potência e apenas um motor traseiro, para baixar o preço e aumentar a autonomia, como a Mercedes fez com o EQS, pelo que o eléctrico do construtor britânico será obrigado a suportar as necessidades da elevada potência dos motores, para de seguida ter ainda de lidar com uma grande potência durante o carregamento, pois ninguém quer estar horas ligado ao posto de carga, depois de pagar 200 ou 300 mil euros por um eléctrico.
Para conseguir processar potências elevadas, a sair e a entrar na bateria, a Aston Martin necessita de um sistema eléctrico de 800V ou 900V, mas precisa igualmente de células capazes de lidar com grandes quantidades de energia, sem aquecer ou degradar-se. É aqui que entra o fabricante britânico de acumuladores Britishvolt, que o construtor inglês acredita ser capaz de produzir as células de que vai necessitar dentro de três anos.
A Aston Martin e a Britishvolt já assinaram um memorando de entendimento, desconhecendo-se o actual estágio de desenvolvimento das baterias deste fabricante e, muito menos, o percurso que tem pela frente até estar ao nível dos melhores concorrentes, que são sobretudo a Tesla e a Lucid. Sabe-se, isso sim, que as células a desenvolver serão cilíndricas, como as da Tesla.
Se a Aston Martin foi criada há 109 anos, a Britishvolt nasceu apenas em 2019, o que não é grave se possuir tecnologia própria que a eleve acima dos concorrentes, um pouco à semelhança do que aconteceu com os já mencionados construtores norte-americanos.
O fabricante inglês espera construir a sua fábrica de células em 2023, a tempo das primeiras células estarem prontas dois anos depois. Com essa meta, a empresa prepara-se para investir 3,2 mil milhões de euros e empregar 3000 funcionários.