O chefe de Estado senegalês, Macky Sall, atual presidente da União Africana (UA), encontrou-se esta quarta-feira com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, para “procurar um cessar-fogo duradouro” na Ucrânia, anunciou o próprio na rede social Twitter.
“Regozijo-me com o meu encontro desta manhã com o Presidente Putin, na minha qualidade de presidente da União Africana (UA), para procurar um cessar-fogo duradouro na Ucrânia”, escreveu Sall na sua conta.
Je me réjouis de mon entretien de ce matin avec le Président Poutine en ma qualité de Président de l’Union Africaine pour solliciter un cessez-le-feu durable en Ukraine. Je salue son écoute et sa disponibilité à maintenir le dialogue pour une issue négociée du conflit.
— Macky Sall (@Macky_Sall) March 9, 2022
“Saúdo a sua vontade de manter o diálogo para um resultado negociado do conflito“, continuou.
A União Africana tinha, numa declaração emitida em 24 de fevereiro, apelado à Rússia e a “qualquer outro ator regional ou internacional a respeitar imperativamente o direito internacional, a integridade territorial e a soberania nacional da Ucrânia”.
Na altura, instou a Rússia e a Ucrânia a um cessar-fogo imediato e à abertura de negociações sob a égide da ONU.
Em 28 de setembro, manifestou a sua preocupação com as notícias de que os cidadãos africanos que fugiam dos combates estavam a ser impedidos de atravessar a fronteira, e disse que tais recusas “seriam chocantes e racistas e violariam o direito internacional”.
Desde então, o Senegal, que tem fortes relações com países ocidentais, surpreendeu a comunidade internacional em 02 de março ao abster-se numa votação da Assembleia Geral da ONU a favor de uma resolução que “exige que a Rússia cesse imediatamente o uso da força contra a Ucrânia”.
O texto foi aprovado esmagadoramente por 141 países, com cinco votos contra e 35 abstenções, incluindo a China, de entre os 193 membros da organização.
Quase metade dos países africanos abstiveram-se ou não participaram na votação. Um deles, a Eritreia, votou contra.
Ao mesmo tempo que exprime “a sua grande preocupação com a situação na Ucrânia”, o Senegal reafirma a sua “adesão aos princípios do não-alinhamento e da resolução pacífica dos diferendos”, segundo um comunicado do Conselho de Ministros, publicado no mesmo dia.
Dakar expressou também o seu descontentamento com Kiev na quinta-feira, convidando-a a retirar um apelo à luta na Ucrânia e a parar todo o recrutamento do Senegal, após o anúncio de que 36 pessoas tinham sido alistadas para ajudar na guerra contra os russos.