Os ministros dos Negócios Estrangeiros russo e ucraniano não ofereceram à Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) quaisquer garantias sobre a proteção das instalações nucleares ucranianas durante as conversações na Turquia.

O chefe da AIEA, Rafael Grossi, encontrou-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, e o chefe da diplomacia ucraniana, Dimitro Kuleba, em Antalya para conversações sobre a segurança das centrais nucleares.

Contudo, Grossi disse ter observado indicadores positivos da reunião. “A Ucrânia e a Federação Russa querem trabalhar connosco, concordaram em trabalhar connosco”, disse, salientando esperar que novas conversações com ambas as partes se realizem em breve.

“Encontro construtivo e importante com Sergei Lavrov em Antalya, Turquia, esta tarde. Estamos a fazer progressos na segurança das instalações nucleares na Ucrânia”, escreveu Grossi, na rede social Twitter.

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Depois de várias instalações nucleares ucranianas terem sido capturadas, danificadas ou comprometidas nas duas semanas decorridas desde o início da invasão russa da Ucrânia, Grossi pediu que fossem negociadas garantias de segurança para se evitarem acidentes nucleares.

Grossi também manifestou preocupação com o equipamento utilizado para monitorizar o material nuclear em Chernobyl e na central nuclear de Zaporizhzhia, uma vez que a AIEA não recebe dados do sistema de monitorização há vários dias. “O que temos é realmente uma situação de degradação, que é uma situação preocupante para nós“, salientou.

A reunião aconteceu depois do anúncio de Kiev de que tinha perdido a comunicação com a central nuclear de Chernobyl.

A empresa de energia ucraniana Ukrenergo disse, na quarta-feira, que a central nuclear de Chernobyl estava “completamente desligada” da rede elétrica, na sequência de operações recentes das forças russas.