Mais de duas semanas depois do início da guerra, a ofensiva russa começou a atacar a zona oeste da Ucrânia, que até agora tinha sido poupada no conflito. Esta sexta-feira foram relatados bombardeamentos em cidades perto da fronteira com a Polónia e também em locais que se aproximam da fronteira com a Roménia, dois territórios que integram a NATO. Ao mesmo tempo, os combates intensificam-se em Kiev, com as tropas russas cada vez mais próximas do coração da capital ucraniana.

O exército russo destruiu o aeródromo militar ucraniano de Lutsk, uma cidade que fica a apenas 87 quilómetros de distância da Polónia. Segundo o autarca local, Ihor Polishchuck, o local foi atingido com quatro mísseis e terá sido atingida ainda uma fábrica próxima do aeródromo.

“É difícil dizer por que razão estes ataques aéreos foram realizados, já que o nosso aeródromo estava fora de serviço desde 24 de fevereiro, quando foi bombardeado pela primeira vez”, afirmou Ihor Polishchuck, sublinhando que “o aeródromo foi completamente destruído, assim como o seu armazenamento de combustível” e que este novo ataque “foi apenas para aumentar o pânico e o medo entre a população”. Polischuk pediu aos habitantes para que se deslocassem rapidamente para os locais de refúgio, depois das primeiras explosões ouvidas perto do aeródromo.

Forças russas destroem aeródromo militar perto da fronteira com Polónia

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Pouco tempo depois, seguiu-se um novo ataque na zona Oeste, desta vez em Ivano-Frankivsk, a 153 quilómetros da fronteira com a Roménia. De acordo com uma informação publicada nas redes sociais de Mijailo Podoliak, conselheiro-chefe do gabinete do presidente ucraniano, foram registadas “três grandes explosões” nesta cidade com cerca de 230 mil habitantes. O governante denunciou ainda que “as grandes cidades ucranianas estão novamente a ser alvo de ataques devastadores”.

Igor Konashenkov, porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, informou, citado pelas agências noticiosas russas, que os ataques às bases aéreas dessas localidades foram “de longo alcance e com alta precisão” e neutralizaram os aeródromos de Lutsk e Ivano-Frankivsk.

O mapa do 17.º dia da guerra (Ana Martingo/Observador)

Segundo fontes do governo ucraniano, citadas pelo El País, estes novos bombardeamentos a oeste poderão fazer parte de uma estratégia de Vladimir Putin, presidente da Rússia, para dificultar a logística e o transporte de recursos vindos dos países aliados, como é o caso da Polónia e da Roménia.

As tropas russas atacaram ainda esta sexta-feira a cidade de Dnipro, a leste da zona central e um ponto de transporte muito importante para a Ucrânia. Os bombardeamentos ocorreram num jardim de infância, em apartamentos e numa fábrica de calçados. Houve pelo menos uma vítima mortal.