A Organização Internacional das Migrações (OIM) estima que haja 115 mil pessoas afetadas pelo ciclone Gombe em Moçambique, nas províncias de Nampula e Zambézia, anunciou este sábado em comunicado.
Cerca de 60% da população atingida serão crianças, refere aquela agência das Nações Unidas, que indica que o levantamento pelas autoridades locais ainda decorre.
Segundo a OIM, seis centros de acomodação já foram ativados em Nampula.
Na última atualização feita ao cair da noite de sábado pelas autoridades moçambicanas, o balanço provisório subiu para 11 mortes por entre estragos generalizados: habitações de construção tradicional foram derrubadas, todo o tipo de telhados foi danificado, vários deles arrancados, e campos de cultivo foram destruídos.
“O que mais nos preocupa é não sabermos qual a situação da população dos distritos de Mogincual e Liúpo, que estão ali no meio, sitiados, praticamente”, disse aos jornalistas o governador da província de Nampula, Manuel Rodrigues.
O dirigente liderou uma comitiva que tentou chegar aos dois distritos que sofreram o impacto direto quando o ciclone chegou a terra, na madrugada de sexta-feira, mas as duas vias de acesso que tentaram utilizar, ambas em terra batida, estão intransitáveis.
Apesar de o ciclone ter perdido intensidade, continua a provocar chuva intensa e mantém-se o alerta para uma possível subida de caudal dos rios do norte e centro de Moçambique, nomeadamente o rio Licungo.
A tempestade Gombe chegou à costa moçambicana na madrugada de sexta-feira na categoria de ciclone intenso com chuva torrencial e vento de 165 quilómetros por hora, com rajadas superiores a 200.
A tempestade atingiu Moçambique três anos depois de os ciclones Idai e Kenneth terem fustigado, respetivamente, as regiões centro e norte do país naquela que foi uma das mais severas épocas chuvosas de que há memória.