“Temos de fazer qualquer coisa!”. Foi desta forma que Hugo Antão, empresário, num simples grupo de Whatsapp, desafiou os amigos e parceiros de negócio para a causa ucraniana. Tinham passado três dias da invasão russa à Ucrânia. E o grupo mal sabia que estava a nascer a operação “Missão Ucrânia 13 de março de 2022”.

A resposta dos sete membros que estavam nesse grupo inicial foi imediata e levou a criar uma corrente de solidariedade que tomou proporções que, reconhecem, que não esperavam. Da rede de contactos estabelecida resultou uma angariação de produtos de larga escala — e que já tinham sido identificados como sendo necessários na fronteira com a Ucrânia. Bem como a disponibilização de meios para toda a operação. E ainda uma angariação de fundos através de uma conta solidária.

A frota da “Missão Ucrânia 13 de março de 2022” é composta por 25 carrinhas de 9 lugares, 5 autocarros e dois carros de apoios.

O ponto de partida, que começou por ter uma ambição modesta, cresceu, na medida da vontade de todos em ajudar a Ucrânia: “A urgência de levar estes produtos, que chegavam de todos os lados, levou-nos a equacionar irmos nós com duas ou três carrinhas” revela Luís Miguel Costa, um dos impulsionadores iniciais deste grupo.

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Mas, em menos de 3 dias, a equipa cresceu e a iniciativa tomou outras proporções. A caravana já estava pensada para 25 carrinhas de 9 lugares e tornou-se necessário definir equipas para cada área de atuação: uns ficaram responsáveis pela angariação de apoios, outros pela logística, informática ou contabilidade.

E a transparência da operação tornou-se uma obrigação: “No fim as contas vão ser alvo de auditoria, quem apoiou esta iniciativa vai saber onde foi gasto cada euro do dinheiro doado”, garante Miguel Costa.

Este Domingo, dia 13, a “Missão Ucrânia 13 de março de 2022” parte de Lisboa com 25 carrinhas de 9 lugares, 5 autocarros e dois carros de apoios. Um total de quase uma centena de operacionais, onde não faltam mecânicos, médicos e cidadãos ucranianos que facilitarão a questão da língua no destino. E muita vontade de ajudar que saiu de um país em guerra.

Em cada carro vão 3 pessoas todas aptas para conduzir, um dos condutores é ucraniano. “É mais fácil porque muitos dos refugiados só falam ucraniano. E é também uma forma de dar mais conforto a quem tem de abandonar o seu país”, reforça Luís Miguel Costa.

Mas o projeto não termina na viagem de regresso. Esta iniciativa quer ajudar a encontrar emprego para as pessoas que trouxerem nesta missão. E proporcionar “uma segunda vida” aos que fogem da guerra, como diz Hugo Antão. E para isso a rede de contactos criada já está a trabalhar.

Com o lema “Hoje por eles, amanhã por nós”, a iniciativa Missão Ucrânia 13 Março 2022 conta ainda com uma vasta equipa operacional de voluntários que ficará em Portugal a dar o apoio necessário para a longa viagem. E a preparar este regresso.

Uma missão que pode acompanhar em www.missaoucrania13.pt