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Mapa da guerra. O que se sabe sobre o 19.º dia do conflito na Ucrânia

Este artigo tem mais de 2 anos

Ucrânia e Rússia voltaram às negociações, que ficaram suspensas. Apartamentos e fábrica de Antonov, em Kiev, bombardeados. Dia fica marcado por alegado apoio chinês à Rússia.

Edifício residencial em Kiev atacado pelas forças russas. Imagens dos serviços de emergência ucranianos
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Edifício residencial em Kiev atacado pelas forças russas. Imagens dos serviços de emergência ucranianos

Edifício residencial em Kiev atacado pelas forças russas. Imagens dos serviços de emergência ucranianos

Esta segunda-feira, 19.º dia de guerra, Kiev mantém-se sob pressão: um edifício residencial, no bairro de Obolon, foi atacado por forças russas, resultando em um morto. Às portas da capital foi bombardeada uma fábrica de produção de aeronaves Antonov, onde morreram outras duas pessoas. E ficou a saber-se que a grávida transportada numa maca depois do ataque à maternidade de Mariupol — fotografia muito difundida na altura — morreu, tal como o bebé.

As forças russas continuam a marcar presença no nordeste da Ucrânia, com as cidades de Kharkiv, Sumy, Krolevets, Chernihiv cercadas ou sob ataque, e palco de avanços russos. No leste e no sul há zonas dominadas, como as regiões separatistas de Lugansk e Donestsk, a Crimeia e Kherson. Uma novidade dos últimos dias foram os ataques à região oeste do país, próxima da Polónia, com registo de explosões perto de Lviv, Ivano-Frankivsk e Lutsk.

Fica aqui um ponto de situação, e pode também seguir os desenvolvimentos, minuto a minuto, no liveblog do Observador.

O que aconteceu durante a noite?

  • Os EUA informaram os aliados que a China mostrou-se disponível para providenciar assistência militar à Rússia depois de o país ter solicitado equipamentos para encetar a invasão à Ucrânia, que começou a 24 de fevereiro.
  • Na Ucrânia, a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, disse que mais de 4 mil pessoas foram retiradas com sucesso de cidades ucranianas através de sete corredores humanitários.
  • Volodymyr Zelensky apresentou, ao Parlamento ucraniano, um decreto que estende a lei marcial até o próximo dia 24 de abril.
  • O Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, prometeu receber os refugiados ucranianos de “braços abertos”, comprometendo-se também continuar a fornecer armas, alimentos e dinheiro à Ucrânia.
  • Emmanuel Macron divulgou que vai falar com Vladimir Putin “nas próximas horas”, apelando a um cessar-fogo, mas sem “nenhuma ingenuidade”.
  • Mais de 43 mil famílias britânicas ofereceram-se para acolher refugiados ucranianos, na sequência do patrocínio do governo do Reino Unido.
  • A União Europeia aprovou a quarta ronda de sanções a Moscovo, desde o início da guerra na Ucrânia. Em comunicado, França, que detém a presidência da UE, referiu que o pacote de sanções visa “indivíduos e entidades envolvidas na agressão contra a Ucrânia”, bem como setores da economia russa.

O que aconteceu durante a tarde?

  • João Leão, ministro das Finanças, em declarações transmitidas pelas televisões portuguesas, à entrada do Eurogrupo, garantiu que em 2022 o crescimento do país ainda será “significativo”, mas “mais baixo”, sendo necessário “manter a política orçamental ágil e flexível”.
  • Mykhailo Podoliak, que integra a delegação ucraniana nas negociações, avançou que as negociações entre Rússia e Ucrânia estão em “pausa técnica” e vão ser retomadas esta terça-feira.
  • Um grupo de manifestantes ocupou a mansão do oligarca russo Oleg Deripaska em Londres, no Reino Unido. De acordo com a imprensa britânica, a casa do oligarca, em Belgrave Square, foi ocupada por cinco pessoas que queriam que a mansão passasse a acolher refugiados.
  • Soube-se que o presidente ucraniano vai falar, por videoconferência, no Congresso dos Estados Unidos, já esta quarta-feira.
  • Segundo avançou a NBC News, a Casa Branca está a equacionar a hipótese de o Presidente dos EUA viajar para a Europa nas próximas semanas, devido ao conflito militar na Ucrânia.
  • Em substituição de Zelensky, o primeiro-ministro ucraniano falou na Assembleia do Conselho da Europa e disse que as tropas russas estão a agir como “terroristas”. Denys Shmyhal pediu a expulsão da Rússia do Conselho da Europa. Zelensky cancelou a sua intervenção devido a “circunstâncias imprevistas e muito urgentes”.
  • António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), anunciou que a organização vai alocar 40 milhões de euros para ajuda humanitária na Ucrânia. Ajuda financeira servirá para ajudar na distribuição de comida, água e medicamentos.
  • Num comunicado, A Pfizer anunciou que vai doar “todos os lucros” provenientes da sua filial russa a “causas” que deem apoio humanitário na Ucrânia. A empresa não vai deixar de fornecer medicamentos à Rússia.
  • A Rússia não negou a morte do jornalista norte-americano que tinha trabalhado para o New York Times, mas disse que foi a Ucrânia quem “abriu fogo”.
  • O presidente da câmara de Varsóvia disse esta segunda-feira que a cidade está a ficar “esmagada” com refugiados e pediu ajuda à ONU e a Bruxelas.
  • Os Açores garantiram conseguir acolher entre 250 e 500 refugiados da Ucrânia. O Governo Regional disse estar a colaborar, “sem fazer publicidade”, ajudando algumas instituições.
  • Os ministros dos Negócios Estrangeiros de Portugal e Ucrânia falaram por telefone e concordaram em “aumentar pressão sobre a Rússia”.
  • A vice-primeira-ministra da Ucrânia acusou a Rússia de estar a “bloquear” camiões e autocarros ucranianos, impedindo a retirada de mais civis de Mariupol.
  • Na conferência do Conselho de Segurança da ONU, o embaixador russo Vasily Nebenzya acusou a Ucrânia de violar o corredor humanitário de Mariupol: “O regime de Kiev não tem vergonha de atacar os seus próprios cidadãos”.
  • No seu relatório diário sobre baixas civis, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) contabilizou 46 crianças mortas e 62 feridas.
  • Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação, confirmou que na última semana matricularam-se cerca de 100 crianças e jovens ucranianos nas escolas portuguesas.
  • Pelo menos nove pessoas morreram num ataque aéreo contra uma torre de televisão na região de Rivne, no norte da Ucrânia.
  • A União Europeia acordou a inclusão do milionário Roman Abramovich e de outros oligarcas russos na lista de sanções. O jato alegadamente usado por Abramovic, deixou Israel esta segunda-feira rumo a Istambul.
  • Sergiy Kyslytsya, embaixador da Ucrânia na Organização das Nações Unidas (ONU), disse que o autarca de Mariupol, Ivan Fedorov, continua sequestrado, e que estava a ser “torturado” pelas forças russas por se recusar a colaborar.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros, da Ucrânia, Dmytro Kuleba, falou esta segunda-feira com o homólogo iraniano, Hossein Amirabdollahian, que visitará Moscovo amanhã. Kuleba diz que o Irão “é contra a guerra e apoia uma solução pacífica”.
  • O Governo disse estar a “estudar um mecanismo de apoio para famílias mais vulneráveis” que as compense pelo aumento dos preços dos bens alimentares. Segundo Pedro Siza Vieira, o universo potencial é o mesmo da tarifa social de energia (1,4 milhões de pessoas). O Governo afastou ainda o regresso do layoff simplificado para empresas mais afetadas pela subida de energia.
  • De acordo com o Financial Times, os Estados Unidos da América disseram a aliados na Europa e na Ásia que a China sinalizou disponibilidade para providenciar assistência militar à Rússia. Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado, confirmou que as delegações diplomáticas norte-americanas e chinesas estão reunidas esta segunda-feira em Roma (Itália), de forma a discutir a situação na Ucrânia e o possível apoio chinês à Rússia
  • Um jornalista da Fox News, Benjamin Hall, foi ferido na Ucrânia, nos arredores de Kiev. A própria televisão norte-americana anunciou a notícia em direto, explicando que ainda há “muito poucos detalhes” e que as equipas no terreno estão a trabalhar arduamente para “recolher mais informação”.
  • Uma mulher surgiu com um cartaz contra a guerra durante a emissão de um noticiário emitido pelo Channel One, um canal de televisão estatal russo. A editora terá sido detida pela polícia.
  • No final do Conselho de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa faz uma declaração rara. A reunião foi dedicada a um tema único: a guerra na Ucrânia. Marcelo diz que é “dramaticamente urgente encurtar a guerra”, mas rejeitou “expedientes negociais para analisar a resistência”.
  • Volodymyr Zelensky enviou uma carta com as condolências à família do jornalista que tinha trabalhado para o New York Times e que morreu ontem em Irpin.
  • A Rússia indicou hoje que ainda não recebeu qualquer pedido do Presidente ucraniano para falar com o seu homólogo russo.
  • Um rocket russo destruiu um prédio habitacional, outro foi intercetado por equipamento ucraniano e caiu também numa zona movimentada, com elétricos.
  • A Eslováquia decidiu expulsar hoje três membros da embaixada russa, que têm agora 72 horas para abandonar o país. O ministério dos Negócios Estrangeiros eslovaco avisou a embaixada da Federação Russa para os seus representantes “cumprirem a sua atividade em linha com a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas”.

O que aconteceu durante a manhã?

  • Esta manhã decorreu a quarta ronda de negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia, desta vez por vídeo-conferência. Um membro da delegação ucraniana avançou que a reunião foi centrada na “paz, cessar-fogo, retirada imediata de tropas e garantias de segurança”. Mykhailo Podolyak, conselheiro do Presidente ucraniano, descreveu a comunicação como “difícil” e atribuiu “discórdias” à diferença de sistemas políticos entre a Rússia e a Ucrânia.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, voltou a pedir à comunidade internacional que deixe de comprar petróleo, gás e carvão russos, e apelou a um boicote das empresas internacionais que ainda estão a operar na Rússia.

“Parem de comprar petróleo, gás e carvão russos”. Governo ucraniano redobra apelos a “novos golpes dolorosos” contra Rússia

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  • O Presidente da Ucrânia partilhou um novo vídeo em que apela à união dos ucranianos. “A Rússia continua a destruir as nossas infraestruturas, continua a bombardear as nossas cidades. Mas vamos reconstruir cada rua em cada cidade. Cada casa, apartamento de cada ucraniano”, afirmou.
  • Zelensky cancelou a sua intervenção na Assembleia do Conselho da Europa, a decorrer esta segunda-feira. O Presidente ucraniano fez saber que não pôde intervir devido a “circunstâncias imprevistas e muito urgentes”, sendo substituído pelo primeiro-ministro, Denys Shmyhal.
  • A empresa estatal ucraniana de energia atómica Energoatom alertou que as forças russas vão detonar minas que não explodiram durante tomada da central nuclear de Zaporíjia pela Rússia. As explosões irão acontecer “num futuro próximo”, estando as minas “perto das ruínas do centro de treino” da central nuclear.
  • O Kremlin garante que o Presidente russo, Vladimir Putin, pediu expressamente ao ministério da Defesa do país para que as forças russas não atacassem os grandes centros populacionais, no início da invasão à Ucrânia. Isto apesar dos relatos de ataques a civis e a zonas residenciais na Ucrânia.
  • As autoridades ucranianas avançaram mais de 2.500 pessoas já morreram em Mariupol, desde o início da guerra, e também que há já registo de 90 crianças mortas em todo o país, fruto do conflito.
  • Depois de um recente ataque russo a uma base militar na Ucrânia, a apenas cerca de 25 quilómetros da fronteira com a Polónia, os Estados Unidos deixaram um aviso a Moscovo: “Se houver um ataque militar no território da NATO, isso levaria a que a aliança da NATO respondesse na máxima força”.
  • Mais de 4,8 milhões de ucranianos fugiram das suas casas desde que a Rússia invadiu o país, a 24 de fevereiro, tendo 2,8 milhões deixado o país, avançou esta segunda-feira o Alto Comissariado da ONU para Refugiados.

ONU. Mais de 4,8 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia, 2,8 milhões para fora do país

O que aconteceu durante a madrugada?

A quarta ronda de negociações de paz entre a Ucrânia e a Rússia foi marcada para as 8h30 (hora de Lisboa), mas desta vez acontece por vídeo-conferência, ao contrário dos encontros anteriores.

  • A madrugada foi marcada por ataques em diferentes pontos do território ucraniano. Um incêndio eclodiu num edifício residencial no bairro de Obolon, em Kiev, depois de bombardeamentos, com registo de pelo menos um morto e três feridos, até ao momento, continuando ainda as operações de buscas (fotos abaixo do Twitter do Serviço de Emergência da Ucrânia). Também nos arredores de Kiev, a fábrica de produção de aeronaves Antonov, uma importante base aérea militar das forças ucranianas, foi bombardeada.

  • Em Rivne, no noroeste da Ucrânia, um ataque aéreo russo danificou a torre de televisão da cidade.
  • A mulher grávida que ficou ferida e cuja foto a ser transportada numa maca foi muito divulgada há dias na sequência de bombardeamentos russos a uma maternidade em Mariupol, não sobreviveu: morreu nas últimas horas, tal como o bebé.

Influencer que a Rússia usou para justificar que ataque a hospital foi “encenado” pela Ucrânia já deu à luz

      • Ainda durante a noite, chegou a notícia de que a Rússia pediu à China apoio militar, nomeadamente com o fornecimento de armas, para as tropas russas que estão em território ucraniano. A notícia, avançada pelo New York Times, foi desmentida na manhã de segunda-feira pelo porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, que nega que o Kremlin tenha pedido ajuda militar.
      • O Ministério da Defesa do Reino Unido informou que as forças navais russas estabeleceram um “bloqueio distante da costa ucraniana do Mar Negro, isolando efetivamente a Ucrânia do comércio marítimo internacional”.
      • O Presidente ucraniano voltou a apelar ao fecho dos céus da Ucrânia, através da criação de uma zona de exclusão aérea, com um aviso aos países da NATO: “Se não fecharem o nosso céu, é uma questão de tempo até que os mísseis russos caiam no vosso território.”

Avisos de Zelensky ao 18º dia de conflito. As provocações e o “ataque deliberado” da Rússia

Se quiser saber tudo o que aconteceu no domingo, pode ler aqui, no nosso ponto de situação do 18.º dia da guerra.

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