O Tribunal de Instrução Criminal autorizou que Mário Machado, arguido num processo de incitamento ao ódio racial e violência nas redes sociais, não tenha de se deslocar quinzenalmente à esquadra da polícia porque vai combater na Ucrânia.

A notícia é avançada pelo jornal Expresso, que teve acesso à decisão do tribunal e confirmou também junto do advogado de Machado. O juiz do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa justificou esta autorização com “a situação humanitária vivida na Ucrânia e as finalidades invocadas pelo arguido para a sua pretensão”. “O arguido poderá deixar de cumprir a referida medida de coação enquanto estiver ausente no estrangeiro”, cita o jornal.

A decisão do tribunal vem em resposta a um pedido do advogado, José Manuel Castro, apresentado o início de março. Machado, que está também indiciado pelo crime de posse de arma proibida, lidera um grupo de oito nacionalistas que partem para a Ucrânia no dia 20 para combaterem com uma milícia da extrema-direita ucraniana que se encontra em Lviv, mas que, segundo o Expresso, não é o Batalhão Azov.

Mário Machado conta com uma longa lista de condenações: já esteve preso por crimes de ódio racial, ofensa à integridade física, posse de arma ilegal, sequestro, roubo, coação, e também por envolvimento na morte do cidadão português nascido em Cabo Verde, Alcino Monteiro.

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