Morreu o agente da PSP que se encontrava em coma, depois de ter sido agredido à entrada de uma discoteca em Lisboa. A notícia foi avançada pela CNN e confirmada entretanto pela Direção Nacional da PSP, em comunicado. Fábio Guerra tinha 26 anos e estava internado no hospital de São José, em Lisboa.
Em comunicado, a PSP informa, “com pesar e dor, que, na sequência das agressões de que foi vítima em 19 de março de 2022, em ação policial, o Agente Fábio Guerra da PSP, faleceu hoje [segunda-feira] pelas 09h58, vítima das graves lesões cerebrais que sofreu”.
A PSP e toda a sua família policial manifestam publicamente, aos familiares e amigos do nosso Polícia falecido, votos de pesar, apoio e solidariedade, neste momento trágico. A PSP agradece todos os esforços do pessoal médico do Hospital de São José [em Lisboa], na assistência ao nosso Polícia, na luta que travou”, lê-se ainda.
A Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública refere ainda: “O Agente Fábio Guerra honrou, até às últimas consequências, a sua condição policial e o seu juramento de dar a vida, se preciso for, num gesto extremo de generosidade e sentido de missão. Disso nunca nos esqueceremos”.
É ainda referido: “Continuam em curso todas as diligências, em coordenação com a Polícia Judiciária, visando a identificação e detenção de todos os autores das agressões, que resultaram na morte do nosso Polícia”.
Marcelo lamenta “perda de uma vida em circunstâncias tão trágicas”
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou “tristeza e pesar” pela morte de Fábio Guerra. Em nota publicada no site da Presidência da República, lê-se: “Ao tomar conhecimento do falecimento prematuro do agente Fábio Guerra, o Presidente da República manifestou a sua tristeza e pesar pela perda de uma vida em circunstâncias tão trágicas“.
O agente Fábio Guerra será recordado pela sua abnegação, coragem e dedicação ao serviço do próximo e da segurança pública“, vinca Marcelo
O chefe de Estado endereça ainda “as mais sentidas condolências à família do agente Fábio Guerra, bem como aos seus amigos e aos profissionais da PSP”.
Governo e MAI manifestam “profunda tristeza e consternação”
Também a ministra da Administração Interna (que tutela as forças de segurança), Francisca Van Dunem, já lamentou a morte do agente da PSP, em seu nome, em nome do ministério e em nome do Governo. Em nota oficial, refere ter recebido a notícia “com profunda tristeza e consternação”.
Lembrando que Fábio Guerra morreu “na sequência da brutal agressão de que foi vítima, nas primeiras horas do passado dia 19, no exterior de um estabelecimento de diversão noturna, em Lisboa”, a ministra acrescenta:
Neste momento de grande dor, quero transmitir à família do agente Fábio Guerra, em meu nome e em representação do Ministério da Administração Interna e do Governo, o sentimento de solidariedade e de genuína condolência face à tragédia que se abateu sobre o seu ente querido.”
A rematar, lê-se ainda na nota oficial: “Este é o momento de apaziguarmos a alma e de garantirmos ao Fábio um funeral digno da vontade de paz que evidenciou, da coragem que revelou e do exemplo que deu como cidadão e como agente da PSP. Estou segura de que as autoridades competentes tudo farão no sentido do rápido esclarecimento dos factos”.
Fora de serviço, agiu “como era sua obrigação legal”. Fuzileiros entre os suspeitos
Na madrugada de sábado, por volta das 6h45, quatro polícias foram agredidos nas imediações de uma discoteca (Mome) na capital portuguesa. Num primeiro comunicado, a PSP detalhou que os quatro estavam “fora de serviço” mas “imediatamente intervieram, como era sua obrigação legal” quando se depararam com agressões em curso entre várias pessoas, à entrada da referida discoteca.
Os quatro polícias acabaram violentamente agredidos por um grupo com cerca de dez pessoas, sendo que Fábio Guerra, agora falecido, ficou em estado crítico. Os agressores colocaram-se em fuga e não foi possível identificá-los num primeiro momento.
Este domingo, a CNN Portugal noticiava que pelo menos três elementos do grupo de dez agressores já tinham sido identificados pela PJ. De acordo com o canal, pelo menos dois dos suspeitos pertencerão aos Fuzileiros, corpo de elite das Forças Armadas, e terão ligações a um ginásio de boxe na margem sul do Tejo.
PJ manifesta pesar e envia “as mais sentidas condolências”
Também a Polícia Judiciária já lamentou oficialmente a morte de Fábio Guerra. Em nota publicada nas contas oficiais da PJ nas redes sociais, lê-se: “A Polícia Judiciária manifesta o seu pesar pelo falecimento do Agente Fábio Guerra e endereça as mais sentidas condolências à sua família, bem como aos seus camaradas e Direção Nacional da PSP”.
Sporting da Covilhã lamenta morte do sócio “barbaramente espancado”
O Sporting Clube da Covilhã lamentou a morte de Fábio Guerra endereçando “as mais sentidas condolências à família e amigos” do agente “barbaramente espancado até à morte em Lisboa”.
O agente da PSP era presença habitual, tal como a família, nas bancadas do Estádio Santos Pinto, casa do Sporting da Covilhã, onde na penúltima jornada da II Liga assistiu à vitória dos leões da serra sobre o Trofense, por 2-0.
Associação da GNR manifesta “profundo pesar”
“A Associação dos Profissionais da Guarda — APG/GNR apresenta as suas mais sentidas condolências à família, colegas e amigos do agente da PSP Fábio Guerra, que faleceu hoje [esta segunda-feira] em consequência de graves agressões ocorridas no passado sábado”, afirma a associação socioprofissional da GNR em comunicado.
A APG/GNR sublinha que “o fim inesperado e trágico da vida deste jovem elemento da PSP ilustra bem o perigo inerente às funções de segurança pública”.
Notícia atualizada às 17h03