Os juros da dívida de Portugal a 10 anos superaram a fasquia dos 1,3% a 10 anos, o que aconteceu pela primeira vez desde o início da pandemia – o movimento é consequência das indicações dadas pelos bancos centrais sobre o fim das compras de dívida e, eventualmente, subidas das taxas de juro diretoras.
O líder da Reserva Federal dos EUA, Jay Powell, indicou ontem que o banco central irá fazer o que for necessário para controlar a inflação, o que pode implicar subir “agressivamente” as taxas de juro. Essa é uma mensagem que está a ecoar nos mercados de dívida globais.
As taxas de juro da dívida portuguesa a 10 anos chegaram a atingir níveis negativos durante a pandemia de Covid-19, pressionadas pelas intervenção intensa do Banco Central Europeu (BCE) com a compra de títulos no mercado. Perante a iminência de o principal programa de compra de dívida terminar já no fim deste mês, as obrigações soberanas da Europa estão a perder valor – o que faz dilatar as rendibilidades implícitas.
Em Espanha, os juros a 10 anos estão num valor um pouco mais elevado, acima de 1,4%, no dia em que as taxas a 10 anos da Alemanha superaram os 0,5% pela primeira vez desde finais de 2018.