A Presidente da Grécia realçou segunda-feira que há critérios a cumprir para a adesão à União Europeia, a propósito da pretensão da Ucrânia de entrar no bloco europeu e que há países dos Balcãs Ocidentais já candidatos.

Katerina Sakellaropoulou falava aos jornalistas na Sala das Bicas do Palácio de Belém, em Lisboa, após ter sido recebida pelo chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, no início da sua visita de Estado a Portugal.

Para que um país seja aceite como Estado-membro claro que há um processo, que deve ser respeitado, e os países candidatos devem aceitar os critérios. Tudo isto precisa de algum tempo”, disse, a Presidente da República Helénica, referindo-se ao “diálogo sobre o futuro da Europa”.

De acordo com a tradução simultânea do grego para português, Katerina Sakellaropoulou lembrou que “nos Balcãs Ocidentais o processo está em curso” e defendeu que não se deve esquecer que “há países que são candidatos”.

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“Há também a situação da Turquia. Os países têm de aceitar os critérios de elegibilidade, naturalmente”, acrescentou.

A Presidente da Grécia manifestou-se a favor do acolhimento dos refugiados ucranianos e, questionada sobre a experiência do seu país com refugiados de outros conflitos como o da Síria, considerou que todos têm “direito a um tratamento em condições de humanidade” e que “a Europa até agora ainda não encontrou a melhor política para a questão das migrações”.

“O acordo bilateral que a Turquia teve com a União Europeia não está a ser aplicado, portanto, isto cria uma série de problemas”, apontou.

Segundo Katerina Sakellaropoulou, os Estados-membros devem, “como conseguiram noutras frentes, chegar ao equilíbrio certo entre responsabilidade e solidariedade”, o que implica “todos estarem de boa-fé, porque não podem ser apenas um, dois ou três países a arcarem com todo o peso”.

Com Marcelo Rebelo de Sousa ao seu lado, a Presidente da Grécia afirmou que o encontro que tiveram segunda-feira, “nestes momentos difíceis para a Europa”, constituiu uma oportunidade para mais uma vez condenarem a invasão russa da Ucrânia e expressarem “pleno apoio ao povo ucraniano”.

“O respeito pela integridade territorial e pela soberania de um país e o respeito pelo direito internacional são para a Grécia valores inegociáveis”, frisou, apelando ao fim imediato da “agressão contra civis na Ucrânia”.

A Federação Russa lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia com invasão por forças terrestres e bombardeamentos.

A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou em 2 de março uma resolução que condena a agressão russa contra a Ucrânia e apela a um cessar-fogo efetivo e imediato, com 141 votos a favor, incluindo de Portugal, 5 votos contra e 35 abstenções.