Volodymyr Zelensky diz que as tropas ucranianas estão a recuperar terreno na região de Kiev e confirma que conseguiram mesmo reconquistar Irpin (uma informação já veiculada pelo Presidente da Câmara da cidade, mas não pelos EUA). O Presidente ucraniano alerta, porém, que as forças russas estão a “tentar reconstruir” unidades que foram destruídas durante os confrontos.

Segundo indicou, na habitual mensagem diária, os combatentes da Ucrânia “estão a avançar na região de Kiev, recuperando controlo no território ucraniano”. Como consequência, os militares da Rússia estão “a afastar-se” da capital, mas ainda é “muito cedo” para que a região esteja segura. “As tropas russas controlam o norte de Kiev, têm recursos e homens. Estão a tentar reconstruir as unidades destruídas. O nível de perdas, mesmo em 90%, não é suficiente para que parem”, aponta.

A situação “continua tensa, muito difícil”, em Chernihiv, Sumy, Kharkiv e Donbass. Assim como em Mariupol, que “continua bloqueada”. Zelensky, que acusa a Rússia de não ter permitido a abertura de corredores humanitários esta segunda-feira, acrescenta que já morreram no país 143 crianças. “Ainda precisamos de tempo, ainda precisamos de armas. Ainda temos de lutar, temos de ter paciência”, defende.

O Presidente da Ucrânia criticou as entidades que têm uma postura “passiva” em relação à Rússia e que esperam que as ofensivas russas subam de tom para agirem. “Existem agora muitos avisos de que as sanções serão reforçadas, como um embargo ao fornecimento de petróleo russo para a Europa, se a Rússia usar armas químicas. Não há palavras. Pensem no que isso significa. Esperar por armas químicas”, critica.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Ucrânia cria grupo de especialistas para analisar eficácia das sanções

Zelensky pede que os pacotes de sanções contra a Rússia sejam “suficientemente eficazes e sérios”. “Se forem fracos ou não funcionarem, se puderem ser contornados, isso cria uma perigosa ilusão na liderança russa de que podem continuar com o que estão a fazer”, refere.

Por isso, diz, esta semana será criado um grupo de especialistas que funcionará dentro do gabinete presidencial e será constituído por ucranianos e outras nacionalidades, dedicado a analisar “constantemente” as sanções contra a Rússia. “O nosso objetivo é que as sanções funcionem como pretendido”, explicou.

O Presidente da Ucrânia anunciou ainda que assinou dois decretos sobre a atribuição de prémios a militares das forças armadas, que vão chegar a 302 combatentes ucranianos.

Durante a semana, vai falar nos parlamentos da Dinamarca, Noruega, Países Baixos, Grécia e Austrália.