A ilha de São Jorge registou, esta terça-feira à noite, às 21h56, o sismo mais forte desde o início da crise sismovulcânica (4.0 na escala de Richter). O abalo teve uma profundidade de 12 quilómetros de profundidade e foi registado a um quilómetro do sul de Velas, indica o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Já Fonte do Serviço Regional de Bombeiros e Proteção Civil dos Açores indicou à Lusa que o sismo teve uma magnitude de 3.8 na escala de Richter, não havendo “registo de danos“.

Segundo os dados do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), o sismo ocorreu às 21h56 (22h56 de Lisboa) e teve epicentro no mar, junto à vila das Velas.

Desde que se iniciou a crise sismovulcânica, o sismo mais energético ocorreu às 18h41 (19h41 de Lisboa) de 19 de março, com uma magnitude de 3,3 na escala de Richter.

Na semana passada, o Presidente do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores, Rui Marques, reconheceu que pode repetir-se uma situação semelhante à de La Palma. “Há que considerar o contexto geodinâmico dos Açores. Todos os sismos a ser registados têm origem tectónica. Uma quantidade muito grande de sismos que se localizam sobre um sistema vulcânico ativo, o Sistema Vulcânico Fissural de Manadas, na ilha de São Jorge. Como tal, temos que considerar como uma crise sismo-vulcânica”, explicou à Rádio Observador.

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“Relembro que desde o povoamento dos Açores, e já depois, neste mesmo setor, temos duas erupções históricas. A erupção de 1580 e de 1808. Uma no século XVI e outra no século XIX. O estilo eruptivo mais próximo do que tem acontecido nos Açores é uma erupção como a de La Palma”, vinca.

A ilha de São Jorge contabilizou mais de 20 mil sismos, mais de 200 dos quais sentidos pela população, desde o início da crise sísmica em 19 de março, segundo os dados oficiais.

O número de sismos registados é mais do dobro do total contabilizado em toda a Região Autónoma dos Açores durante o ano de 2021.

A ilha está com o nível de alerta vulcânico V4 (ameaça de erupção) de um total de sete, em que V0 significa “estado de repouso” e V6 “erupção em curso”.

De acordo com a escala de Richter, os sismos são classificados segundo a sua magnitude como micro (menos de 2,0), muito pequenos (2,0-2,9), pequenos (3,0-3,9), ligeiros (4,0-4,9), moderados (5,0-5,9), forte (6,0-6,9), grandes (7,0-7,9), importantes (8,0-8,9), excecionais (9,0-9,9) e extremos (quando superior a 10).