O ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria acusou, esta quarta-feira, a liderança ucraniana de ingerência nas próximas eleições, o que foi negado pelo seu homólogo ucraniano, numa altura de tensão nas relações entre os dois países.

Num vídeo divulgado pelos “media” sociais, o chefe da diplomacia húngara, Peter Szijjártó, referiu-se a uma “contínua coordenação entre a esquerda húngara e representantes do Governo ucraniano” e considerou que Kiev está a tentar influenciar as eleições legislativas de 3 de abril ao favorecer a ampla coligação da oposição, que inclui partidos da direita radical à esquerda moderada.

Szijjártó não indicou qualquer prova que sustentasse as suas declarações, indicou a agência noticiosa Associated Press (AP).

As afirmações do ministro húngaro surgiram após recentes comentários do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, muito críticos do posicionamento do governo de Budapeste face ao conflito no seu país na sequência da invasão russa de 24 de fevereiro.

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Na quarta-feira, Szijjártó indicou que o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kubela, contactou o embaixador do país em Budapeste para abordar a forma como a Ucrânia poderia influenciar as eleições na Hungria, nas quais o primeiro-ministro Viktor Orbán tenta um quarto mandato consecutivo.

Em reposta, Kubela disse ao jornal ucraniano Evropeiska Pravda: “Nunca interferimos nos assuntos internos da Hungria e em particular em vésperas de eleições”.

A Hungria, membro da União Europeia e da NATO, condenou a invasão russa da Ucrânia, mas tem recusado o trânsito de armamento destinado ao país vizinho pelo seu território por não pretender “envolver-se na guerra”.