Francisco Assis, atual presidente do Conselho Económico e Social (CES), deixa duras críticas à permanência do jurista e ex-espião Alexandre Guerreiro junto da Presidência do Conselho de Ministros. “Enxovalha o Estado português” e é uma “grave anomalia institucional”, acusa o socialista.
Num comunicado enviado esta quinta-feira às redações, Francisco Assis considera Alexandre Guerreiro um “colaboracionista do autocrático e criminoso poder instalado no Kremlin”, não podendo, por isso, estar “associado ao centro nevrálgico do poder político executivo português”. “Colide radicalmente com o posicionamento político publicamente afirmado pelo Governo” sobre a “bárbara invasão russa” à Ucrânia.
O atual presidente do CES diz ser “imperioso” que, em “nome da dignidade nacional e do respeito pelo martirizado povo ucraniano”, sejam “adotadas medidas conducentes” daquilo que descreve como uma “grave anomalia institucional”.
Com posições públicas que defendem e justificam a invasão que a Rússia levou a cabo na Ucrânia, Alexandre Guerreiro é comentador na SIC Notícias, canal em que deu a conhecer as suas opiniões. Em 2021, o jurista apresentou uma tese de doutoramento em que defendia, à luz do direito internacional, a anexação da Crimeia pela Rússia. Antes, trabalhou, durante sete anos, enquanto analista no Serviço de Informações Estratégicas de Defesa.
A votação para integrar Alexandre Guerreiro no Centro de Investigação de Direito Público da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa também foi adiada.