A taxa de inflação terá subido em Portugal para 5,3% em março (o primeiro mês completo de guerra na Ucrânia) em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgada esta quinta-feira. Trata-se do valor mais elevado desde junho de 1994, diz o INE. Em fevereiro, o indicador tinha ficado nos 4,2%.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE)

Para esta aceleração contribuiu a variação do índice dos produtos energéticos, que se fixou em 19,8%o valor mais elevado desde fevereiro de 1991 —, o que compara com 15% em fevereiro. Já o índice de produtos alimentares não transformados terá valorizado 5,9%, enquanto no mês anterior se situou em 3,7%. E se excluirmos os produtos alimentares não transformados e energéticos, que têm preços mais voláteis, o indicador de inflação subjacente terá subido menos, mas ainda assim a variação foi de 3,8% face ao mesmo mês do ano anterior — em fevereiro tinha sido 3,2%.

Já a variação média dos preços nos últimos 12 meses foi de 2,2% (em fevereiro foi de 1,8%). Comparativamente com o mês anterior, a variação do índice de preços no consumidor ter-se-á fixado em 2,5%. O INE estima ainda que o índice harmonizado de preços no consumidor (o IHPC), que permite comparações com outros países europeus, tenha aumentado 5,5% (depois de 4,4% em fevereiro).

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Estes dados do INE são, porém, ainda provisórios. Os definitivos serão publicados a 12 de abril.

A guerra na Ucrânia tem pressionado ainda mais os preços da energia e dos alimentos e esse aumento está a refletir-se na quebra da confiança dos consumidores e empresários. Segundo dados divulgados na quarta-feira também pelo INE, o índice de confiança do consumidor em Portugal, calculado pelo INE, teve uma “redução abrupta” em março, no contexto da guerra contra a Ucrânia e da subida dos preços dos combustíveis e de vários bens de consumo. É preciso recuar até ao início da pandemia para encontrar uma queda mensal maior.

“Redução abrupta” na confiança do consumidor, diz o INE. Pior só quando começou a pandemia