Marcelo Rebelo de Sousa voltou a insistir na questão da maioria absoluta e da estabilidade até ao fim da legislatura e respondeu esta quinta-feira ao comentário que Carlos César fez no Facebook. “O povo votou num partido e votou num homem, portanto esse homem ficou refém do povo“, disse o Presidente da República.
E sublinhou, referindo-se diretamente às palavras que o presidente do PS escreveu esta quarta-feira sobre o discurso de Marcelo na posse do Governo: “O primeiro-ministro ficou refém do povo português no voto do dia 30, para utilizar uma expressão que hoje vi utilizada por um dirigente socialista“.
No Palácio de Belém, Marcelo explicou que foram os portugueses que escolheram o partido que tomou posse esta quarta-feira. “Para os portugueses, estabilidade significou maioria absoluta. Podia haver outras saídas, mas escolheram essa estabilidade e a estabilidade é importante e a maioria absoluta é importante”. E fez questão de esclarecer que “maioria absoluta não é poder absoluto”.
Estas palavras de Marcelo surgem depois da publicação de Carlos César, em que o socialista fez uma análise dos discursos de António Costa e de Marcelo Rebelo de Sousa, a propósito da posse do Governo. “O primeiro-ministro, como em qualquer democracia e na sequência da renovação expressiva da legitimidade eleitoral do PS, é refém do povo que o elegeu e dos compromissos que assumiu“.
Marcelo nas entrelinhas. Costa preso à maioria, o fim dos álibis e um desafio para acordos com o PSD
Durante a tomada de posse do novo governo de maioria absoluta, o Presidente da República avisou Costa de que será muito difícil abandonar a legislatura antes de esta terminar. “Sabe que não será politicamente fácil que esse rosto, essa cara, que venceu de forma notável, possa ser substituída por outra a meio do caminho”, disse Marcelo.