O governo ucraniano anunciou esta sexta-feira a troca de 86 soldados prisioneiros de guerra com a Rússia, o segundo acordo deste tipo desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro.
Um representante do gabinete presidencial ucraniano, Kyrylo Tymoshenko, disse que a troca foi o resultado de um acordo entre as delegações de negociadores de Kiev e Moscovo, segundo um vídeo publicado nas redes sociais.
“Boas notícias de Zaporíjia”, anunciou, em referência à região ucraniana onde os soldados foram libertados, acrescentando que “86 membros do Exército ucraniano, incluindo 15 mulheres, estão agora a salvo“.
Tymoshenko não detalhou quantos militares russos foram libertados como parte do acordo.
A vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereschuk, assegurou que o seu país “lutará” para libertar cada um dos seus cidadãos cativos, de acordo com uma mensagem publicada na rede social Facebook.
“Por ordem do Presidente [ucraniano] Zelensky, a segunda troca de prisioneiros acabou de se realizar”, apontou, acrescentando um apelo “a todos os que continuam” presos para que resistam, enquanto prosseguem esforços para “trazer todos para casa”.
Uma primeira troca de prisioneiros aconteceu a 24 de março, na qual 10 soldados ucranianos foram trocados por 10 russos.
Além disso, 11 marinheiros russos foram resgatados de um naufrágio perto de Odessa, no sul da Ucrânia, e foram trocados por 19 marinheiros ucranianos de um navio de salvamento intercetado pelas forças russas.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.276 civis, incluindo 115 crianças, e feriu 1.981, entre os quais 160 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,1 milhões de refugiados em países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.